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"œObjetivo é precarizar para privatizar", diz Sindicato dos Correios

Categoria questiona medidas que estão sendo adotadas pela empresa pública para conseguir superar a crise que enfrenta

27/03/2017 08:21

Algumas medidas vêm sendo tomadas pelos Correios na tentativa de superar a crise pela qual a empresa pública está passando, como o processo de fundir agências, Programa de Dispensa Involuntária (PDI) e, agora, o programa de Dispensa Motivada na estatal, na qual terá de demitir servidores para a empresa sobreviver. Para o sindicato da classe, essas medidas não passam de desculpas a fim de que a empresa consiga privatizar a estatal. 

Segundo o secretário jurídico do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect) e secretário Norte e Nordeste da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, José Rodrigues, a empresa quer prejudicar o ser viço prestado para mostrar que enquanto ela for pública, o serviço tende a cair. 

Agências estão sendo fechadas e programas levam à demissão de funcionários (Foto: Arquivo O Dia)

“O objetivo maior é precarizar o serviço com o intuito de ter um argumento forte para privatizar. Eles querem entregar a parte que dá lucro para a parte privada, e esse desejo é de muito tempo. O presidente dos Correios é um empresário que só pensa no lado privado. Esses ataques são para fortalecer que ela não pode continuar pública. Eles tentam colocar a culpa da situação financeira da empresa nos trabalhadores, mas a gente sabe que a culpa é dos próprios governos que sucatearam e roubaram a em presa durante muito tempo”, denuncia o secretário. 

José Rodrigues afirma ainda que o sindicato tem dúvidas a respeito da situação financeira que o Correios alega estar e informam que estão pedindo uma auditoria para confirmar se realmente a empresa passa por uma crise. “Os Correios são uma empresa pública que presta um serviço social importante para a população. Durante muitos anos, a empresa deu lucro e ele é repassado para o governo. A gente tem até dúvida da dificuldade financeira que ela diz estar, porque não é fácil acreditar que, em 2012, a empresa estava com um bilhão de lucro e, em quatro anos, passar a ter um prejuízo de mais de quatro bilhões”, argumenta. 

Segundo o sindicalista, ainda que a situação financeira esteja passando por dificuldades de fato, é função do governo garantir serviço de qualidade para a sociedade e não de precarizar ainda mais o serviço. “A falta de trabalhadores prejudica o serviço dos Correios. A sobrecarga em um trabalhador, já que eles estão demitindo vários, também. E fora que os direitos dos funcionários estão sendo atacados, o plano de saúde está sendo ameaçado e as férias estão sendo suspensas, são vários ataques que a categoria começa a reagir indignada. Já saíram 5 mil trabalhadores sem substituição e não tem nem previsão de concurso. Ela está implantando serviço que precariza cada vez mais o serviço com essas medidas”, explica. 

Segundo nota da Coluna Esplanada, publicada no Jornal ODIA, o programa de Dispensa Motivada na Estatal vai ser anunciado em breve pelo presidente da empresa. A direção dos Correios prepara sua defesa jurídica baseada na Constituição, que permite adotar, em empresa pública, o regime jurídico de empresas privadas. Até o momento, a empresa informa que não tem informações concretas sobre o programa, pois o mesmo ainda está em estudo.

Edição: Virgiane Passos
Por: Karoll Oliveira
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