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Videomonitoramento de trânsito é questionado na Justiça

O videomonitoramento já aplicou mais de 100 mil multas aos motoristas da capital

26/11/2015 07:40

A Câmara Municipal de Teresina aprovou ontem requerimento do vereador Dudu (PT) convocando o secretário de Administração, Paulo Dantas, e o superintendente municipal de Transportes e Trânsito (Strans), Carlos Daniel, para comparecerem à Casa e explicar suspeitas de fraude da licitação para escolha da empresa que vai cuidar do sistema de fiscalização eletrônica no trânsito da capital.

No documento de abertura do edital de licitação, no mês de outubro, já constava o nome da empresa Atlanta Tecnologia de Informação Ltda como vencedora do processo. O correto seria o edital trazer as regras das empresas para participar e somente depois a escolhida seria conhecida.

Logo após a denúncia feita por Dudu, o prefeito Firmino Filho (PSDB) suspendeu a licitação. “O próprio prefeito já assumiu que houve irregularidade ao suspender a licitação. Por isso queremos ouvir explicações da Secretaria de Administração”, afirmou o parlamentar. Ele adiantou também que irá recorrer ao Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) para investigar a irregularidade.

Por conta da suspensão do certame, Teresina está há mais de um mês sem fiscalização eletrônica. “Isso só comprova nossa denúncia que há uma indústria da multa na capital. Se os radares eletrônicos são para educar e estariam prevenindo acidentes de trânsito, então a Prefeitura vai se responsabilizar pelos acidentes que acontecerem?”, indaga o petista.

O líder do prefeito da Câmara Municipal, vereador José Ferreira (PSD), explicou que o fato de Firmino ter cancelado a licitação demonstra a preocupação do gestor com a transparência. “Qualquer administrador que é favor da transparência faz isso”, justifica o líder. “Nós votamos a favor da convocação dos secretários justamente para isso ser explicado”, diz ele.

Dudu acrescentou ainda que a fiscalização eletrônica no trânsito em Teresina é repleta de irregularidades, principalmente o videomonitoramento feito pelos guardas de trânsito. Segundo o parlamentar, o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) proíbe multas por videomonitoramento, especialmente as de uso de cinto de segurança e do celular no volante.

“A população teresinense não pode mais ser lesada dessa forma. Entramos com ação na Justiça e promotor Fernando Santos, que concorda conosco, afirmou que o caso deve ser apreciado pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) até o fim do ano para anular tais multas”, comentou o parlamentar.

Segundo Dudu, o videomonitoramento de Teresina já aplicou mais de 100 mil multas aos motoristas da capital, gerando uma receita de R$ 8 milhões. Sobre essas denúncias, o superintendente da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans), Carlos Daniel, deve comparecer à Câmara.

O líder do prefeito na Câmara Municipal, José Ferreira (PSD) diz que a fiscalização eletrônica em Teresina não significa uma indústria da multa, já que o objetivo é educar primeiramente. “Só quando o motorista comete a infração é que a multa é aplicada. Toda cidade tem fiscalização eletrônica? Só aqui que não vai ter?”, rebateu o líder.


Por: Robert Pedrosa - Jornal O DIA
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