Dos 55 anos que já viveu, Luís Ferreira, há 20 anos, se dedica a trabalhar como vendedor ambulante. �‰ com a venda de comidas e bebidas, que o senhor de simpatia cativante sustentou a família de cinco pessoas e conheceu, através do trabalho, inúmeras cidades no Piauí e também nos estados vizinhos do Maranhão e Ceará. Com �€˜banca�€™ em eventos de grande porte, o vendedor consegue lucrar até R$ 400 em uma noite.

A esposa de Luís, dona Maria Creuza, de 55 anos, além da vida conjugal, também divide a rotina de trabalho com o marido. Enquanto um se encarrega da venda de comidas, o outro oferta água, refrigerante e bebidas em geral aos clientes. �€œO trabalho feito por dois fica menos pesado. Todos esses shows, aniversários de cidade e eventos, nós estamos dentro. �‰ com esse dinheiro que a gente vive e criou os filhos�€, destaca Luís que, antes de trabalhar com vendas autônomas, chegou a ser pintor.

O trabalho do ambulante segue uma constância, mas os produtos vendidos não. Luís conta que as vendas variam de acordo com cada evento. Durante os carnavais de rua, por exemplo, o casal comercializa apenas bebidas. Já durante festividades em comemoração ao aniversário de cidades, o foco é na venda de comidas, que podem ser cachorro-quente, batata fritas, entre outras opções.

�€œSão muitos anos de trabalho e já dá para saber o que vai sair mais em cada evento. A questão é sempre atender o cliente com educação e sorriso no rosto, que eles sempre voltam. E a nossa rotina de preparação sempre é a mesma, acordamos cedo, quando ainda é madrugada, e deixamos tudo organizado para colocar no carro e transportar até o local do evento�€, pontua. Nas viagens para trabalhar em eventos fora de Teresina, o casal de ambulantes se organiza em um grupo com outros cinco amigos. �€œComo fica muito caro o aluguel do carro para viajar, nós já temos um grupo fechado que sempre vai junto. Alguns vendem comida, outros bebidas, mas o certo é que todo mundo garante sua clientela e realiza seu trabalho�€, conta Luís.

Do mesmo grupo, o ambulante Francisco Alves, de 61 anos, obtém da atividade de vendas de bebidas, há 15 anos, a renda para seu sustento. Sem carro próprio para transportar os materiais de trabalho, que consistem em carro de apoio, isopor, bebidas e gelo, o vendedor freta transporte para cada dia de atuação. �€œGasto R$ 25 com frete aqui dentro de Teresina, mas para viajar é mais caro. Como toda profissão, temos gastos e lucros. Como toda profissão, é difícil e é fácil. Mas a diferença é que trabalho na folia, vendo festas e eventos acontecerem em várias cidades e isso é privilégio de poucos�€, relata. O ambulante também destaca dificuldades no trabalho.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia