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Vendas no comércio de Teresina caíram mais de 20% em seis meses, diz lojista

Por conta da crise, muitas pessoas estão evitando gastos supérfluos e investindo em itens básicos.

22/02/2016 07:04

O comércio varejista é o setor que mais tem sofrido com a crise no País. Por conta da economia brasileira que anda abalada, os consumidores estão evitando gastos supérfluos, como roupas e calçados, para investir em setores mais necessários, como em alimentação e transporte. Com isso, muitas lojas, principalmente do Centro de Teresina, estão praticamente vazias, o que está acarretando em pouco lucro e, inclusive, em demissões.


Foto: Assis Fernandes/ODIA


Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (16), apontam que o mês de dezembro encerrou com queda de 2,7% das vendas no varejo, com relação ao mês anterior, em todo o País. Esse recuo ocorreu após dois meses seguidos de variações positivas, quando acumulou crescimento de 1,9%.

Porém, segundo o gerente de uma loja de vestuários no Centro da capital, Paulo Roberto Alves, esse percentual de queda foi muito maior, sobretudo nos últimos seis meses, quando de fato a crise se instalou. “Quem trabalha no comércio sente muito mais essa crise, e eu acredito que tenha caído mais de 20%. As pessoas estão comprando menos e coisas mais baratas”, disse.

Ele acrescentou que muitos distribuídos e que fazem revenda de mercadorias acabaram falindo e fechando as empresas, além de algumas lojas de menor porte. Essa crise também teve reflexo nas contratações provisórias, que foram menos que no mesmo período do ano passado, e não chegaram a ser efetivadas.

O lojista acrescentou que todos os colaboradores que foram contratados no período de final de ano, foram dispensados, e ainda há risco de alguns funcionários serem demitidos. “Estamos fazendo o possível para manter todos trabalhando, mesmo com as condições não sendo as melhores, mas porque sabemos que todos precisam trabalhar. A gente está se esforçando, mas se continuar nessas condições, nós vamos ter que demitir algumas pessoas. O comércio está parado, muito vazio, e isso é em todas as lojas, de todos os setores”, enfatizou.

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado do Piauí (Sindilojas), Luís Antônio Veloso, destacou que a queda no comércio foi significativa, não somente em Teresina, mas todo o Estado. Contudo, ele explicou que esse recuo era uma expectativa dos lojistas, devido à crise, que afetou principalmente os varejistas.

“Essa crise gerada acabou atingindo todo mundo e os resultados foram esses, poucas vendas. Mas muito se deve também à falta de expectativas das vendas e das pessoas, que deixaram de comprar. O que nós esperamos é que se tudo se estabilize e melhore nos próximos meses e que as pessoas tenham esperança”, falou o presidente do Sindilojas.

Apesar da servidora pública Gilvânia Holanda admitir ser consumista, principalmente com roupas e calçados, ele explicou que tem evitado fazer a compra desses produtos. Segundo ela, os serviços não sofreram aumento do preço, porém, as pessoas estão mais cautelosas ao gastarem seu dinheiro.

“A crise abalou muito o comércio, é perceptível, porque as lojas estão muito esvaziadas e com promoções. Mas eu acredito que atinge principalmente as pessoa que não têm renda fixa, que dependem da venda diária para poderem tirar seu sustento. Quem sobrevive do comércio e recebe um valor fixo talvez não sinta tanto”, disse.

A servidora pública ainda acrescentou que as pessoas estão evitando gastos com bens supérfluos, como roupas, e usando o dinheiro para fazer o pagamento de contas e investindo em outros setores, como alimentação.


Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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