Os moradores de rua podem
ser vistos em diversos pontos
de Teresina, principalmente
ocupando praças e prédios
abandonados. Segundo um levantamento feito pelo Centro
de Referência Especializado
para População em Situação
de Rua (Centro Pop), através da Secretaria de Trabalho,
Assistência Social e Cidadania
(Semtcas), em 2014, foram
identificados 247 moradores de
rua na Capital. Porém, este número pode ter aumentado, de
acordo com a gerente do Centro
Pop, Joyce Nogueira.
Foto: Andrê Nascimento/ODIA
Ela afirma que, na Capital, há
apenas um abrigo para moradores de rua e sua capacidade atende somente 40 pessoas por noite, sendo que estas vagas devem
ser pleiteadas com antecedência. A Casa do Caminho é mantida pela Prefeitura de Teresina,
contudo, há um espaço filantrópico coordenado pela igreja. Joyce Nogueira explica que,
para um morador de rua conseguir uma vaga para pernoitar, é
preciso comparecer ao abrigo,
localizado no bairro Ilhotas, antes do anoitecer e passar por um
processo de triagem.
No local, estas pessoas recebem alimentação e têm direito
a banho. Das 40 vagas disponí-
veis no abrigo, 22 são destinadas a mulheres e 28 a homens,
sendo este gênero o de maior
demanda. “A Casa do Caminho
fica aberta 24 horas e oferece
diversos serviços, mas a maioria
não fica lá durante o dia, exceto por meio de avaliação. Por
serem pessoas adultas, não podemos obrigá-las a permanecer
ou buscar ajudar, ou seja, se ela
só quiser ter acesso ao almoço e
banho, nós vamos ofertar; mas
se preferirem dormir na rua,
que é o que eles mais preferem,
não podemos fazer nada”, disse.
Entretanto, os moradores
de rua que desejam outro tipo
de assistência, como ajuda em
comunidades terapêuticas ou
acompanhamento com um
profissional especializado, o
Centro Pop oferece este atendimento. Joyce Nogueira ressalta
que esse usuário passa por um
processo de triagem, no qual a
pessoa demonstra interesse em
receber ajuda, e é encaminhada
para uma casa de reabilitação ou
CAPs AD (Centro de Atenção
Psicossocial Álcool e Drogas).
“Iremos fazer uma avaliação
com esse usuário e elencar as
demandas que ele precisa e,
dependendo de quais sejam, vamos investigar suas necessidades e encaminhá-lo para o local
mais adequado, seja um acompanhamento ou comunidade
terapêutica”, explica.