Na próxima terça-feira, 4 de outubro, o reitor da Universidade Federal do Piauí, Arimateia Dantas Lopes, recebe formalmente o relatório da Comissão Nacional da Verdade e um conjunto de mais de 5 mil documentos sobre o período do Ditadura Militar no Piauí ( 1964 – 1985). A entrega será realizada pelo pesquisador Grimaldo Carneiro Zachariadhes, do Centro de Pesquisas e Documentação (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas. A entrega ocorrerá às 9 horas no Salão Nobre da Reitoria.

Em formato digital, a documentação é constituída de cartas; depoimentos de torturados políticos, a exemplo do ex-secretário de Educação do Piauí, Antônio José Medeiros; e dossiês, incluindo arquivos do Ministro Petrônio Portella, que dá nome ao campus da UFPI em Teresina. Por essa razão, a Universidade receberá e abrigará os documentos, que estarão à disposição de pesquisadores, professores e a comunidade em geral no Núcleo de Pesquisa em Memória (Nupem) do Curso de História da UFPI. Com estrutura para acolher o acervo, o Núcleo dispõe de computadores e de equipe capacitada a realizar digitalização, decupagem, higienização e restauração. A chegada da documentação deve aumentar o número de visitantes no Núcleo, frequentado habitualmente por estudantes e pesquisadores de Humanas dos campi da UFPI, da UESPI e do IFPI.

O pesquisador do CPDOC, Grimaldo Carneiro Zachariadhes, também fará minicurso, aberto à comunidade, para orientar sobre a melhor forma de utilizar os documentos, com objetivo de fomentar as pesquisa sobre a Ditadura Militar no Piauí. O minicurso faz parte da programação do XIII Simpósio de História do Departamento de História da UFPI, que ocorre de 4 a 7 a outubro.

“Há muitos fatos controversos sobre o período da Ditadura Militar no Piauí. Um exemplo é a figura do Ministro Petrônio Portella. Os dossiês do político mostram que ele não foi apenas complacente com o governo dos militares, o que lhe rendeu reconhecimento como ‘Estrela da Ditadura’, mas se constituiu também em alvo dos militares, sendo investigado por muito tempo e sofrido processo. Muitos desses fatos serão clareados pelo relatório da Comissão da Verdade e a chegada desses documentos, que estarão no Piauí pela primeira vez”, explica Francisco de Assis de Sousa, coordenador do Curso de História da UFPI.

Por: Da Redação