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Teresinenses são os que mais prejudicam sua renda mensal com dívidas

Em 2014, a proporção de famílias endividadas no Brasil recuou em relação a 2013.

25/11/2015 06:56

Segundo a quinta edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio/ SP), Teresina lidera o ranking nacional de famílias endividadas que tem maior parcela da renda mensal comprometida com as dívidas, com 42 pontos percentuais.

Já a pesquisa local do mês de novembro, realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com a Fecomercio/ PI, aponta que, entre as famílias teresinenses endividadas, 64,6% relatam ter comprometido mais de 50% de suas rendas.

O assessor econômico da Fecomercio/PI, Raimundo Paz, esclarece que esse percentual local é ainda maior que o geral, mostrado na pesquisa nacional de São Paulo do uso das rendas das famílias para fugir do endividamento. “O que podemos dizer é que esse Natal não será robusto. As pessoas que recebem o 13º salário estão se programando para usar esse dinheiro a mais para quitar dívidas. A situação atual não permite luxo”, relata.

Os economistas da Fecomercio/ SP alertam que o ciclo de expansão do consumo, observado nos últimos anos, se encerrou. O descontentamento da sociedade diante da atual conjuntura econômica derrubou os indicadores de confiança tanto de consumidores quanto de empresários aos menores patamares históricos.

Para Raimundo Paz, em Teresina, a situação não é diferente. “O que aconteceu foi que a matriz macroeconômica, que antes permitia juros baixos, saturou-se a partir do segundo semestre do ano passado. Além disso, a inflação subiu e, para contê- la novamente, teve alta nos juros. Isso diminuiu o poder de consumo da população. O ciclo de consumo que estava crescendo desde 2008, de fato, encerrou-se”, comenta.

De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio/ SP, a queda no endividamento indica que as famílias brasileiras preservaram seus gastos em tempos de incertezas e ficaram mais cautelosas em relação a empréstimos e aquisição de bens duráveis. Por outro lado, a política monetária de elevação da taxa de juros, adotada pelo Banco Central, visando o controle inflacionário, resultou em expressivos aumentos no custo dos empréstimos, principalmente para pessoas físicas, e impediu uma queda maior. A retomada da confiança depende da manutenção do emprego e da renda, ao lado de uma inflação mais controlada.

Levantamento

A pesquisa de São Paulo traz dados de 2012, 2013 e 2014, com base em informações do Banco Central do Brasil, IBGE e da CNC. Em 2014, a proporção de famílias endividadas no Brasil recuou em relação a 2013, mas apesar dessa pequena queda, no período, houve acréscimo no número de famílias com algum tipo de dívida. O valor mensal dessas pendências também aumentou.


Por: Pedro Vítor Melo - Jornal O DIA
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