Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Tabu:É preciso conversar sobre morte com crianças

Psicóloga defende diálogo com técnicas lúdicas para explicar aos pequenos esse processo natural.

18/12/2019 09:26

Falar sobre morte e luto ainda é tabu na sociedade, principalmente por ser um momento sensível, que envolve sentimentos que não são trabalhados durante a vida. Com as crianças, trabalhar essa temática pode ser ainda mais desafiador, porém necessário, como explica a psicóloga Fernanda Rangel.

“Muitas pessoas acreditam que a criança não percebe a perda, mas ela percebe sim e merece saber o que ocorreu. Deve ser conversado com ela respeitando seu nível de entendimento, com uma linguagem e de forma que ela possa entender. Dependendo da idade da criança, pode ajudar usar itens lúdicos para passar essa informação. Sempre lembrando que a criança precisa entender que a pessoa não vai mais voltar”, orienta Fernanda Rangel.

E foi a imaginação o artifício utilizado pela jornalista Viviane Bandeira para tratar o tema com as filhas. Ela que sofreu um aborto espontâneo e, além de trabalhar a sua dor, teve que aprender a ensinar as filhas, Laura e Luísa, a superarem a perda.


Tabu:É preciso conversar sobre morte com crianças. Reprodução

“Luísa tem três anos e sabe que é irmã de uma estrela, que essa estrela viveu na barriga da mamãe e não nasceu e foi brilhar no céu. Elas olham o céu à noite e dizem ver nossa estrelinha. Mas pouca gente entende essa nossa forma de encarar a perda”, conta Viviane Bandeira.

De acordo com psicóloga Fernanda Rangel, esta é a forma correta de se abordar a morte, sem excluir a criança do processo. Uma das formas de iniciar o diálogo é perguntando para criança o que ela já sabe sobre a perda, o que ela está pensando e sentindo sobre o fato.

“O tema acaba sendo desafiador para o adulto porque cabe a ele informar, orientar e acolher a criança, quando muitas vezes o adulto também está precisando de apoio. Vale lembrar que mesmo com as dificuldades que podem surgir, a criança não deve ser excluída desse processo e vai também elaborar o seu luto no seu tempo e da sua forma”, conclui Fernanda Rangel.

Por: Sandy Swamy- Jornal O Dia
Mais sobre: