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Strans explica funcionamento dos terminais de integração em Teresina

Uma das vantagens do novo sistema é que o usuário terá mais opções

28/06/2016 08:28

Muitos usuários do transporte público de Teresina ainda estão bastante confusos com relação ao funcionamento dos Terminais de Integração que estão sendo construídos em alguns pontos da cidade. Alguns passageiros temem que o serviço não funcione corretamente e que a demora em pegar o ônibus seja maior que é atualmente. 
A dona de casa Maria de Jesus da Silva reside no bairro Bela Vista, zona Sul de Teresina, e transita diariamente próximo ao local onde está sendo construído um dos terminais de integração. Ela explicou que o serviço não está bem claro para os usuários, principalmente com relação ao tempo de viagem e a forma de integrar entre os coletivos. 

Maria de Jesus da Silva aguarda maiores explicações de funcionamento do sistema (Foto: Moura Alves/ O Dia)
“Eu ainda não entendi como vai funcionar, inclusive estou bem curiosa. Eu espero que essa integração seja boa para o usuário, mas está meio obscuro. Implantaram esse projeto de integração há uns três anos, mas até hoje não funcionou muito bem, então deviam melhorar, principalmente na questão do tempo, porque gastamos muitas horas esperando o ônibus”, disse. 
Segundo a moradora, também deve ser melhorada a integração entre algumas linhas, como, por exemplo, os ônibus Bela Vista - Poty Velho, que não integram com outros veículos. Com relação à estrutura do terminal, Maria de Jesus acrescentou que não adianta ter um local com condições de comportar os usuários, mas o serviço não atender às necessidades. 
“A estrutura parece boa, mas não adianta ter estrutura se não terá benefício para quem realmente use, pagando passagem por um transporte caro, sucateado e perigoso, porque temos muitos problemas de assaltos. Queremos uma estrutura boa, isso conta, mas também queremos qualidade no serviço”, finalizou. 
Já dona Maria das Dores Silva é comerciante e trabalha na praça do balão da Coca-Cola, bairro Buenos Aires, zona Norte de Teresina. Há quase 30 anos ela possui um ponto comercial onde vende refeições e lanches, e ficará ao lado do terminal que está sendo construí- do na região. Para ela, o serviço ainda é bastante complexo, sobretudo com relação à entrada e saída de passageiros. 
“Todo mundo diz uma coisa diferente, que os ônibus vão entrar e as pessoas precisarão aguardar o outro ônibus, mas se forem ficar no bairro pode descer e ir embora. Eu acho que essa interação vai funcionar, mas se seguir tudo corretamente. Seria bom se o tempo de viagem diminuísse também, porque a gente espera muito os ônibus e perdemos tempo até chegar ao nosso destino”, disse. 
Entretanto, a comerciante está confiante que a mudança nas linhas melhore a movimentação em seu ponto comercial. Com o aumento de passageiros, a moradora está bem esperançosa de que as vendas cresçam e ela consiga faturar uma dinheiro extra. 
A estudante Franciara Oliveira, de 18 anos, contou que também não compreendeu muito bem a logística dos novos terminais de integração. Ela citou que não está muito confiante com esse sistema e acredita que os usuários terão muita dificuldade em se adaptar ao serviço de integração dos coletivos. Além disso, a jovem denunciou que as obras ficaram paradas por mais de seis meses e que muitas árvores foram cortadas para que o terminal pudesse ser construído. 
“As obras ficaram muito tempo paradas e retornaram há pouco menos de um mês. Eles estão cavando buraco, colocado colunam, e estão dizendo que até março deve ficar pronta. E os prejuízos são muitos, principalmente porque cortaram muitas árvores. A praça era bem verde e só deixaram uma, e acho que eles devem cortar também porque é muito grande. A poeira é terrível e os clientes reclamam bastante”, finalizou Franciara Oliveira.
Strans explica funcionamento dos terminais de integração em Teresina
Dois terminais de integração serão entregues nos próximos dias. A inaugura- ção do Terminal do Livramento, localizado no bairro Dirceu, acontece na quinta-feira (30), e na sexta-feira (01/07), será entregue o Terminal do Itararé, ambos na zona Sudeste de Teresina. 
Com os terminais, bairros como Alto da Ressurreição, Parque Ideal, Renascença, Extrema, Comprida, Parque Jurema, Redonda, Parque Itararé, Boa Esperança, Dirceu I, Dirceu II e Novo Horizonte poderão fazer a integração, inicialmente, neste período de transição, nos finais de semana. 

Até o próximo ano, a expectativa é a de que pelo menos seis terminais de integração estejam em funcionamento. (Foto: Moura Alves/ O Dia)
Segundo o gerente de fiscalização e Controle da Strans (Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito), Vinícius Rufino, o sistema de integração tronco-alimentar faz uma subdivisão das linhas, permitindo que os ônibus estejam interligados em um conjunto de linhas. Nesse caso há duas linhas, sendo elas: as alimentadoras, que saem dos bairros até os terminais de integração, e as linhas troncais, dos terminais de integração ao centro. 
“A vantagem desse sistema é que o usuário terá mais opções de linhas. Assim, o tempo de espera de um ônibus para outro será muito menor. Está operação está sendo específica na zona Sudeste, contemplando os bairros do Alto da Ressurreição, Redonda e Parque Jurema, ou seja, os bairros que fazem parte deste sistema vão receber a integração”, explicou. 
Sobre o tempo de viagem e a integração entre os coletivos, Vinícius Rufino explicou que “se o usuário esperava 40 minutos por um ônibus, com esse sistema de integração ele poderá espera 10 minutos ou menos. Quando o passageiro chegar no terminal de integração, ele irá esperar pelo segundo veículo, fazendo a integração e pagando apenas uma passagem, e se ele precisar ir para outro lugar, dentro de um tempo de duas horas, ele poderá integrar uma terceira vez”, disse. 
O gerente de Fiscalização e Controle destacou que em torno de 50% das linhas de ônibus da região Sudeste, que está sendo atendida neste primeiro momento com o sistema de integração, funcionará somente nos finais de semana, enquanto a outra metade dos coletivos irá operar normalmente, como nos dias atuais. 
À medida que a população for se acostumando com o sistema novo e a operação for fluindo, a quantidade de linhas operando será ampliada, inclusive nos dias úteis. De acordo com Vinícius Rufino, esse processo gradativo é necessário para que não gere muita mudança na rotina dos usuários. 
Já com relação às árvores que precisam ser derrubadas para construção do terminal no bairro Buenos Aires, Vinícius Rufino explicou que a medida foi necessária, entretanto, houve o replantio de algumas espécies em outros áreas ou ainda a compensação com mudas. Ele contou ainda que, como haverá uma mudança no sistema de linhas, a redução de veículos circulando pelo local fará com que sejam emitidos menos poluentes. 
Capacidade dos novos terminais 
O Terminal do Livramento, localizado no bairro Dirceu Arcoverde, tem a expectativa de circulação de 620.000 usuários por mês, sendo 28.000 por dia. Já pelo Terminal do Itararé, localizado nas margens da BR 343, próximo à Funda- ção Bradesco, devem passar 375.000 usuários mensalmente, o que representa 18.000 pessoas por dia.
Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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