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'Somos roubados duas vezes, na passagem e na falta de segurança', diz usuário

Enquanto a passagem de ônibus chega a R$ 3,30, passageiros sofrem com os assaltos frequentes e veículos velhos.

07/01/2017 10:05

Devido ao aumento do preço da passagem de ônibus, em vigor desde a sexta-feira (6), aumenta a insatisfação dos usuários do sistema de transporte coletivo da Capital. A maioria dos usuários contesta a qualidade do serviço ofertado pelas empresas que operam na cidade. A falta de segurança dentro dos ônibus é uma das principais reclamações dos usuários.

São inúmeros os relatos de assaltos dentro dos ônibus em Teresina. Geralmente armados, os assaltantes entram nos coletivos como se fossem passageiros e, após iniciado o trajeto, abordam os usuários e recolhem todos os objetos de valor, incluindo celulares e dinheiro. Sem medo, os infratores atuam até mesmo em plena luz do dia e em avenidas movimentadas da cidade.

A contadora Luciana Matos foi uma das vítimas de assaltos dentro de ônibus em Teresina. Na última terça-feira (3), ela e outros passageiros presentes na linha Rodoviária Circular I, responsável pelo percurso da Universidade Federal do Piauí ao bairro Dirceu Arcoverde, foram abordados por dois assaltantes armados às 15h45, na Avenida Presidente Kennedy, zona leste de Teresina.

“Eles entraram no ônibus na Avenida Dom Severino, um sentou na minha frente e o outro ficou em pé. Quando o ônibus dobrou na Avenida Presidente Kennedy, eles sacaram a arma e anunciaram o assalto. Levaram tudo de todo mundo, ameaçando e pedindo para o motorista não parar. Quando chegou ao balão do São Cristóvão, eles desceram”, relata. 

Assim como a contadora, o auxiliar de escritório Mikael Costa também teve os pertences roubados em uma ação dentro de um ônibus. O caso aconteceu na Praça do Fripisa, no Centro de Teresina, por volta das 21h. Na ocasião, três homens armados renderam os passageiros e levaram todos os pertences. Devido ao fato, Mikael Costa afirma não se sentir seguro ao transitar de ônibus por Teresina. Para ele, a experiência foi traumatizante.

“Eu não me sinto seguro ao andar de ônibus em Teresina. Você entra no ônibus e já se sente inseguro, desconfia dos outros passageiros, é bem complicado. Andar de ônibus já não é como antes, era bom andar de ônibus, escutar músicas e ver as coisas passarem lá fora; mas hoje em dia, não é a mesma coisa, dá muito medo”, diz.

Insatisfeitos, os usuários alegam que o preço da passagem não condiz com o serviço prestado pelas empresas. Além da falta de segurança, a frota reduzida, a falta de condicionares de ar na maioria dos veículos e o sucateamento causam superlotação e desconforto para quem precisa transitar diariamente em Teresina utilizando o transporte coletivo.

“Eu fico me questionando, quem vai pagar por este dano? O consumidor paga por isso e não tem o direito à segurança e ao serviço correto. Agora somos roubados duas vezes, no valor da passagem e na falta de segurança dentro dos ônibus, sem falar na qualidade do serviço ofertado, pois os ônibus estão sucateados”, afirma Andressa Kerllen, outra vítima dos assaltos.

Contraponto

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina (Setut) argumenta que tem tomado todas as providências para garantir a segurança dos usuários. Segundo o órgão, todos os ônibus coletivos de Teresina possuem câmeras de segurança, visando inibir a ação de assaltantes dentro dos veículos, e orienta os passageiros a não carregarem objetos de valor ao utilizarem o serviço de transporte coletivo. Outra medida tomada pelo órgão para evitar o número de assaltos é a substituição do pagamento em espécie para cartões eletrônicos, evitando assim a circulação de dinheiro dentro dos veículos.


A íntegra desta reportagem está disponível na edição deste sábado do jornal O DIA.

Fonte: Virgiane Passos
Por: Nathalia Amaral
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