Poderia ser na parada de ônibus, na última festa do fim de semana, no aplicativo de relacionamentos ou na fila do pão. Para quem está solteiro, o grande amor pode estar em qualquer lugar, mas encontra- -lo é o grande desafio. Disso a secretária Jordânia Feitosa sabe muito bem. Solteira há cerca de seis meses, ela lembra que estar atenta para encontrar a pessoa certa é uma iniciativa diária.
Como ela, outros mais de 77 milhões de brasileiros, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), não estão envolvidos em relacionamentos amorosos estáveis. Os solteiros são maioria, ultrapassando em 16 milhões o número de casados do país.
Mas para quem pensa que ser solteiro é uma vida de total desapego, as coisas não são bem assim. Uma prova de que nem só de balada, paquera e desapego vivem aqueles que estão fora de um relacionamento, é que Jordânia afirma que ela faz parte de uma grande massa de pessoas que busca sempre algo mais sério ao se envolver com alguém. É claro que esse ‘alguém’, às vezes, demora a aparecer.
“Quando eu vou procurar alguém não procuro uma pessoa só para ficar, gosto de relacionamento, quando me dedico para uma pessoa quero um romance sério, um amor mais comprometido, quero que dure”, destaca.
Fotos: Elias Fontinele/O Dia
Dos relacionamentos passados, a jovem coleciona o fim de dois noivados. Experiências que foram difíceis de lidar para quem, assim como ela, se entrega ao amor de uma maneira mais intensa. O último término, em especial, ainda a faz nutrir uma chance de reatar laços. “Talvez seja o grande amor da minha vida”, complementa.
“Eu me apego muito fácil, mergulho, faço o máximo parar dar certo, ai quando não dá, eu também caio fora. Mas demoro para voltar e querer me envolver de novo com alguém”, constata.
Muitas vezes são os traumas com relacionamentos passados que criam uma barreira para a aproximação de novas pessoas. Para a psicóloga clínica, Ianny Luizy, esse é um dos aspectos que justificam que o número de solteiros continue tão crescente. “As pessoas estão menos abertas, com muito medo de se frustrarem e esse medo da frustração está fazendo com que cada vez mais, as pessoas se fechem no mundo delas e sintam dificuldade de se abrir a outras pessoas”, afirma.
Dessa forma, nem as novas tecnologias ajudam tanto como poderiam. Aplicativos que se propõe a conectar pessoas interessadas em construir relacionamentos amorosos popularizaram- se com o tempo, mas ainda tem a desconfiança da maioria dos usuários.
Jordânia lembra que apesar de ter aderido à tecnologia, demorou muito tempo para querer estabelecer algum tipo de contato com alguém e continua na retaguarda, mais analisando que participando das interações.
Aplicativos possibilitam o surgimento de novas e belas histórias de amor
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