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Sistema O DIA ganha quatro de seis prêmios de jornalismo

Premiação da Águas de Teresina consagrou reportagens voltadas para importância do saneamento, uso consciente de água, dentre outras abordagens.

19/12/2019 09:13

No Piauí, o jornalismo ambiental é uma pauta por vezes deixada de lado, abrindo espaço, sobretudo, para temáticas que envolvem política e polícia. Porém, para incentivar reportagens de cunho socioambiental, a Águas de Teresina, subconcessionária responsável pelos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto da Capital, organizou o II Prêmio de Jornalismo Ambiental - “Sustentabilidade e Jornalismo: uma relação que inspira boas pautas”.


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Nesta edição, o Grupo O DIA de Comunicação conquistou quatro dos seis prêmios. O fotojornalista Jailson Soares tornou-se bicampeão ao ficar em primeiro lugar nas duas edições. Assim como as jornalistas do impresso Glenda Uchôa e Isabela Lopes. Nathalia Amaral e Maria Clara Estrêla também subiram ao topo do pódio pelo webjornalismo e Sandy Swamy ganhou na categoria jornalismo universitário.


Foto: Pedro Silva

A editora chefe do Jornal O DIA, Adriana Magalhães, destaca que, historicamente, o Grupo O DIA assumiu um compromisso com Teresina e com o Piauí para olhar de perto a questão socioambiental. "Daí vem o nosso interesse de trazer para a sociedade discussões sobre saneamento básico e esgotamento sanitário. Durante todo o ano, nossas equipes percorrem a Capital, com o objetivo de levantar a discussão sobre os problemas que afligem a população. Este ano jogamos luz sobre a responsabilidade que o cidadão também neste processo. O prêmio é a coroação desse compromisso. E nos dá a certeza de que estamos trilhando o caminho certo”, completa.

Para o presidente da Águas de Teresina, Cleyson Jacomini, é preciso levar para as pessoas uma reflexão profunda a respeito do uso consciente da água, da importância do saneamento como um todo e, dentro desse espectro, surgiu a ideia de criar o prêmio. O gestor destaca, inclusive, que o Brasil está entre as 10 maiores economias do mundo, mas em termos de saneamento é a 105ª nação, uma disparidade que precisa ser superada.

“Hoje nós atingimos no Brasil números terríveis quando a gente fala em saneamento básico. Temos mais de 100 milhões de pessoas sem acesso à coleta e ao tratamento de esgoto, e quase 40 milhões ainda não têm acesso à água tratada. Então, o prêmio de jornalismo entende que esse processo, esse tema, precisa ser discutido como forma de fomentar as políticas públicas, fomentar a possibilidade de ampliação do serviço, e avançar”, pondera.

Jornalismo insere debate ambiental no debate público

Trata-se de viabilizar discussões necessárias e relevantes por meio de uma linguagem mais acessível. É assim que se pode definir o Jornalismo Ambiental, segundo a jornalista e educadora ambiental Ruthy Costa. Para ela, abordar pautas que envolvam o meio ambiente é dar espaço para discussões sociais que, na maioria das vezes, ficam invisíveis à sociedade.

A primeira coisa que se deve levar em consideração é que as questões ambientais envolvem fatores políticos, econômicos e sociais. O principal problema, segundo Ruhty Costa, é que os temas relacionados ao meio ambiente muitas vezes se atrelam somente às esferas políticas e econômicas, mas a esfera social acaba sendo deixada de lado. É justamente para dar visibilidade ao fator social que entra o Jornalismo Ambiental.

“É importante que o jornalismo dê essa visibilidade ao tema através de suas narrativas, porque essas temáticas ambientais são tratadas, muitas vezes, de formas isoladas, em datas específicas no calendário ambiental. E tem também aquele clichê de que o meio ambiente é responsabilidade de todos. Ele é e o jornalismo levanta justamente essas responsabilidades sociais inserindo o debate ambiental no debate público, fugindo das pautas prontas e facilitando a linguagem para que as pessoas entendam a temática e lhe deem a devida importância”, explica Ruthy.


Esse tratar de temas relevantes para o crescimento da sociedade é um dos pilares que sustenta a atividade jornalística. Quando se fala em responsabilidade social, se fala também em contemplar ideias e garantir direitos. Conforme explica a professora de Jornalismo e doutora em Comunicação, Juliana Teixeira, a Comunicação é um direito humano fundamental e, enquanto tal, reafirma o papel que cada um tem na sociedade, contemplando as pautas que lhe são pertinentes e relevantes.

“O jornalismo tem um papel central no debate de questões sociais e, dentre elas, as pautas ambientais. É ele quem vai mostrar para as pessoas o lugar que elas ocupam na sociedade e garantir que a elas conheçam suas responsabilidades e aquilo que as cerca, trabalhando com a verdade e contemplando pautas que, muitas vezes, são deixadas de lado”, diz.

O desafio é o equilíbrio, pontuam as jornalistas: ouvir a população sobre os problemas que a afetam, e ir junto ao poder público ou cobrar das autoridades competentes ações, mostrando a real situação. “Não adianta a gente cobrar a responsabilidade da sociedade se às vezes ela sozinha não tem como fazer nada. Então é mostrar que problemas [ambientais, sociais, de ordem econômica ou política] têm solução e confrontar situações”, é o que concluem.

Por: Sandy Swamy e Maria Clara Estrêla
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