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Sem avanço, greve dos Correios segue por tempo indeterminado

Ontem (27), os grevistas se reuniram na Rua Sete de Setembro, onde está a agência central, protestando e levantando suas bandeiras de luta

28/09/2017 07:40

A greve dos funcionários dos Correios, que começou há cerca de uma semana, segue sem previsão de término. Na terça-feira (26), sindicais de grandes centros, como a região de São Paulo e Rio de Janeiro, também aderiram à greve e fortaleceram o movimento. Ontem (27), os grevistas do Piauí se reuniram na Rua Sete de Setembro, onde está localizada a agência central da empresa, protestando e levantando suas bandeiras de luta. Eles fecharam a rua, impedindo que carros e ônibus circulassem pelo local, com o objetivo de chamar a atenção da população para os malefícios que a possível privatização da empresa pode trazer para os serviços dos Correios. 
Por conta da paralisação, muitas entregas estão sendo afetadas. A entrega de encomendas, de postagem simples e o serviço de atendimento ao público, como o banco postal, não estão funcionando normalmente. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect-PI), Edilson Rodrigues, quase toda a categoria já aderiu ao movimento e apenas cerca de 10% continuam trabalhando. 
Segundo ele, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) estaria retirando cláusulas de Saúde do Trabalhador e sugerindo alterações que ferem os direitos dos funcionários. “Estamos atendendo ao pedido do comando nacional de negociação de paralisar os serviços e protestar contra as mudanças que estão fazendo para privatizar a empresa. O Governo está querendo mostrar para a população que é preciso fazer isso, mas não é. Estão é querendo acabar com a nossa empresa. E nossos direitos também estão sendo feridos, colocaram uma série de empecilhos para dificultar nosso acesso à saúde”, explica o presidente. 
A categoria também protesta contra o fechamento dos bancos postais nos municípios, que deve acontecer no dia 11 de outubro. O carteiro Cleiton Rodrigues critica a medida e diz que o fechamento vai dificultar o acesso da população às encomendas, em especial nos municípios mais pequenos. 
“Os bancos postais vão ser fechados e a população vai ter que se deslocar para mais distante para ter acesso aos seus rendimentos. Por isso, é preciso paralisar agora para não perder mais na frente, para que tanto os funcioná- rios como a população não percam. Se privatizar, as empresas que vão gerir os Correios vão querer os grandes Centros, e os pequenos serão marginalizados”, argumenta o funcionário. 
O presidente do Sintect-PI informa ainda que, até o momento, não há reunião prevista para acordo e que a greve só será finalizada quando a Central Nacional de Negociações orientar. 
Transtorno 
O protesto de ontem parou, pelo menos, cinco ônibus, que não puderam seguir seu percurso pela Rua Sete de Setembro. O motorista de um deles, Nascimento Dama, afirmou não ser contra o protesto, muito pelo contrário. Porém, acredita que o protesto poderia ser feito sem interferir no trabalho dele. “Se a Strans se organizasse e nos desse um caminho alternativo para o nosso percurso, esse problema não haveria. Bastava que eles falassem com antecedência, porque ficamos parados aqui e os passageiros ficam chateados é conosco”, disse. 
Consumidor pode resgatar encomenda 
Os consumidores que estão aguardando encomendas pelos Correios devem se dirigir ao Centro de Entrega de Encomendas (CEE), na Avenida Valter Alencar, zona Sul de Teresina. Segundo Edilson Rodrigues, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect-PI), lá é o único local que tem entrega interna. “Quem não pegar lá, não recebe a encomenda enquanto o movimento de greve estiver atuando”, afirma. 
Dissídio coletivo 
Por meio de nota, os Correios informaram que ingressarão com ação de dissídio coletivo junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). A decisão foi tomada após adesão por parte de sindicatos ligados à Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) à paralisação na noite dessa terça-feira (26). 
Na segunda-feira (25), o TST concedeu liminar em favor da empresa, determinando que a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) – que havia iniciado a paralisação no dia 19 - garantisse o efetivo mínimo de 80% dos empregados em cada unidade dos Correios, sob pena de multa diária de R$ 100 mil no caso de descumprimento. 
Apesar de o levantamento de efetivo desta quarta-feira (27) apontar o aumento de empregados que aderiram à paralisação (90.607 empregados em todo o país estão trabalhando, o que corresponde a 83,45% do total), os Correios continuam colocando em prática as ações do Plano de Continuidade de Negócios, como o deslocamento de empregados entre as unidades e a realização de horas extras. Essas medidas visam minimizar os impactos do movimento à população.
Edição: Virgiane Passos
Por: Karoll Oliveira
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