Apesar de ser apenas 20ª cidade
mais populosa do País,
com mais de 840 mil habitantes,
Teresina é a 14ª que mais
gasta com saúde. Com despesa
de R$ 843 milhões por ano no
setor, a capital do Piauí ultrapassa
o montante de capitais
mais populosas, como Salvador
(3 milhões de habitantes),
Manaus (2 milhões de habitantes)
Maceió (1 milhão de
habitantes), São Luís (1 milhão
de habitantes) e Natal (862 mil
habitantes).
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Os dados foram divulgados
no Rio de Janeiro, durante o
lançamento da 11ª edição do
anuário Multi Cidades - Finanças
dos Municípios do Brasil.
O evento é promovido pela
Frente Nacional de Prefeitos
(FNP) e traz vários dados sobre
os mais de 5 mil municípios
do País. As informações
mais recentes são referentes ao
ano de 2014.
Em 2014, enquanto Teresina
gastou R$ 842 milhões, São
Luís usou R$ 704 milhões;
Manaus, R$ 700 milhões;
Maceió, R$ 566 milhões; Salvador,
R$ 552 milhões; Natal,
R$ 506 milhões. Além de ser,
entre essas seis capitais, a que
mais gastou, Teresina também
é que mais usa recursos próprios
para o setor.
De acordo com o anuário,
dos R$ 842 milhões, apenas
R$ 306 milhões são do Sistema
Único de Saúde (SUS), ou seja,
é do Governo Federal ou Estadual.
Os outros 536 milhões, o
que equivalente a 63,6%, são recursos
próprios do Município.
Segundo o prefeito de Belo
Horizonte/MG, Marcio Lacerda,
presidente da FNP, os
municípios têm gastado cada
vez mais em saúde. “Em 2014,
o total dos municípios empenharam
na saúde 22,9% das
suas receitas, cerca de R$ 23
bilhões. Por coincidência, nós
tivemos uma arrecadação total
de IPTU em todos os municípios
brasileiros de 24,7 bilhões.
Ou seja, quase 100% do
IPTU foi gasto só com saúde,
o que revela o tamanho da dificuldade
dos municípios”, ressaltou
o prefeito.
Poucas pessoas têm acesso a plano de saúde
O presidente da Fundação
Municipal de Saúde (FMS)
de Teresina, Francisco Pádua,
disse a O DIA que a capital
do Piauí gasta 34% de seu orçamento
com saúde, o dobro
do mínimo determinado pela
Constituição Federal, que é
de 15%. Ele explica que isso
ocorre porque a dependência
da população da rede pública
é muito grande.
De acordo com Pádua, em
Teresina menos de 20% da
população tem acesso a planos
de saúde privados, por
isso é necessário o investimento
no setor, seja em unidades
básicas de saúde, em
hospitais maiores ou no Hospital
de Urgência de Teresina
(HUT), que atende a todo o
Piauí. A média nacional é de
27% da população, segundo a
pesquisa Síntese de Indicadores
Sociais – Uma Análise das
Condições de Vida dos Brasileiros,
divulgada pelo IBGE
no ano passado.
Pádua citou uma pesquisa
realizada pelo Conselho Federal
de Medicina em parceria
com a ONG Contas Abertas.
Segundo o levantamento, baseado
em dados de 2014, Teresina
aplicou R$ 2,91 per capita
por dia naquele ano, atrás
apenas de duas capitais: Campo
Grande (MS), com gasto
de R$ 3,16, e Belo Horizonte
(MG), com R$ 3,09 por pessoa/
dia.