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'São contra porque não usam ônibus', diz candidata do PSTU sobre vereadores

Luciane Santos criticou duramente os vereadores que votaram contra o projeto de lei que previa a climatização de 100% da frota do transporte público da capital.

27/08/2016 16:52

Levantando a bandeira de defesa da classe trabalhadora, a professora Luciane Santos, candidata do PSTU à Prefeitura de Teresina, elencou suas principais propostas para a administração da capital eentrevista ao jornal O DIA.

Luciane ressaltou a importância da mulher no processo político e criticou a falta de políticas públicas da atual gestão. Como primeiro ato de governo, caso seja eleita, a professora pretende criar os conselhos populares nas principais áreas de serviços públicos. Ela afirma que através destes órgãos a população poderá decidir onde investir o dinheiro do orçamento popular.

Luciane Santos, que disputa a Prefeitura de Teresina pelo PSTU (Foto: Moura Alves / O DIA)

Na entrevista, a candidata do PSTU criticou duramente os vereadores que votaram contra o projeto de lei que previa a climatização de 100% da frota do transporte público da capital, e disse que eles fizeram isso porque não andam de ônibus.

Luciane Santos faz, ainda, uma denúncia contra o prefeito Firmino Filho (PSDB) e desafia o gestor a prestar contas de um empréstimo.

Em entrevista a O DIA, candidata do PSTU criticou os onze vereadores que votaram contra projeto de lei que previa a climatização de 100% da frota do transporte público na capital (Fotos: Arquivo / O DIA)

Leia abaixo um trecho da entrevista de Luciane Santos, que pode ser lida na íntegra na edição deste domingo (28) do jornal O DIA:

Candidata, porque você quer ser prefeita de Teresina?

As nossas candidaturas, as candidaturas do PSTU refletem a expressão da classe trabalhadora. Num país que a gente tem uma população que mais da metade é formada por mulheres, a gente vive em um município do Estado que é o 5º mais negro do país e a maioria dos trabalhadores mora na periferia. Então, as candidaturas do PSTU são candidaturas de operários, mulheres, negros, LGBTs e moradores da periferia. Minha candidatura, de uma mulher negra e moradora da periferia, reflete exatamente a classe trabalhadora. Nossas candidaturas estão a serviço das lutas e da organização da classe trabalhadora.

O que diferencia a senhora dos demais candidatos a prefeito de Teresina?

São várias diferenciações. Nós estamos a serviço das lutas, dos trabalhadores, a gente não acredita que eleições que acontecem de dois em dois anos vai mudar a realidade do que está posto, porque se assim fosse não existia tanta crise, tanto desemprego tanta violência. Outra diferença nossa é sobre os nossos financiamentos. Nós não recebemos financiamentos dos empresários, as nossas campanhas são financiadas voluntariamente pelos trabalhadores. É importante a gente pontuar isso porque a partir do momento que um partido recebe financiamento de um grupo empresarial, quando ele chega ao pleito, ele vai ter que repor o que foi investido. E é isso que acontece no país, é isso que acontece em Teresina, por isso é que a gente tem as duas cidades: a cidade dos ricos e a cidade dos pobres.

Hoje se discute muito a questão da participação feminina na política, o fato de a senhora ser uma mulher é um diferencial na candidatura?

Isso é um reflexo da sociedade machista, da sociedade burguesa e capitalista. As mulheres são relegadas aos espaços privados, a ficar dentro de casa, na cozinha. Nós nos colocamos muito pouco nas decisões políticas do país. E o PSTU vem com esse diferencial porque o nosso partido entende que o local da mulher é nos espaços de decisões políticas. É nas lutas, nas greves, nas ocupações e também dentro das eleições. Então, nós do PSTU até ultrapassamos aqueles 30% de candidaturas de mulheres porque a gente entende que as mulheres têm que está sim nos espaços de decisões políticas, inclusive, nós somos o único partido do país que tem um programa consequente para as mulheres das classes trabalhadora.

Você pertence a uma sigla partidária que não possui presença no parlamento, o que dificultaria um diálogo com os vereadores. Em caso de vitória, como a senhora conduziria essas relações?

Na realidade, a gente tem até um mote na nossa campanha que é construir a cidade para uma classe trabalhadora apoiada nos conselhos populares. Nós organizaríamos os conselhos dos serviços públicos. Conselhos populares de saúde, da educação, do transporte público e de bairro. A população decidiria como aplicar o orçamento público, nós debateríamos com a população as prioridades de como seriam investidos e mandaríamos para a Câmara de Vereadores. Se lá eles barrassem qualquer projeto que fosse amplamente discutido com a população, eles teriam que se entender com os trabalhadores. Por exemplo, o que aconteceu recentemente, os vereadores votaram contra a climatização de ônibus. Isso é um absurdo. Nenhum deles anda de ônibus, quem anda de ônibus é a população, são os trabalhadores. Como é que eles se dizem representantes do povo e votam contra projetos que vão em benefício da população? Então, a nossa primeira medida seria governar junto com os conselhos populares.

Leia a íntegra desta entrevista na edição deste domingo do jornal O DIA.

Edição: Marcelo Costa
Por: Ithyara Borges
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