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Salve Rainha faz prévia carnavalesca com foco no debate antimanicomial

Evento realizado no prédio onde funcionava o Sanatório Meduna gerou polêmica. Membro do coletivo diz que objetivo é debater saúde mental.

05/02/2017 15:12

Roda de conversa sobre saúde mental, exposições, feiras de comidas típicas e produtos artesanais, além de shows de artistas locais estão entre as atrações da Feira Sobrenatural, prévia carnavalesca organizada pelo coletivo Salve Rainha, e que acontece neste domingo, no prédio onde funcionava o Sanatório Meduna, por trás do Shopping Rio Poty.

Durante a útima semana, quando o evento foi anunciado, diversas pessoas manifestaram-se a favor da ideia, mas algumas pessoas também posicionaram-se contra, por considerar que seria inadequado realizar eventos festivos em um local onde inúmeras pessoas viveram anos de sofrimento.

Uma das integrantes do coletivo Salve Rainha, Ana Carolina Fortes, defende a iniciativa, enfatizando que o objetivo do grupo é justamente chamar a atenção da sociedade para a questão da saúde mental, que tem sido ignorada.

"Esta ideia já era cultivada há muito tempo, e este ano nós conseguimos a autorização para usar este espaço. Nós entendemos que será uma boa oportunidade para visibilizar temas relacionados à saúde mental. A gente vê que um shopping foi instalado ao lado deste prédio, e muitas pessoas todos os dias passam por ele, indo e vindo, mas mesmo assim parece que este local não existe. Talvez agora, com essa temporada, alguns assuntos relacionados tanto com a história do Meduna como outros assuntos relacionados à saúde mental possam ser discutidos com uma maior veemência", opina Ana Carolina Fortes.

A integrante do coletivo Salve Rainha ressalta que mais três edições do evento serão realizadas nos próximos domingos, sempre com foco no debate acerca do movimento antimanicomial.

"Nós entendemos e respeitamos as opiniões contrárias [ao evento], e, inclusive, convidamos as pessoas que pensam diferente da gente para vir aqui e expor seus motivos. Há projetos para que este prédio do Meduna seja transformado num museu, mas outras pessoas acham que ele deveria ser implodido, que ele nem deveria mais existir. Então, será que este evento não seria um bom momento para discutir isso?", questiona Ana Carolina.

A abertura do evento acontece com uma roda de discussão intitulada "Ô abre falas, que eu quero me expressar!", para a qual foram convidados psiquiatras, psicólogos e outros profissionais da saúde, pesquisadores do tema "saúde mental", ativistas, familiares e amigos de usuários do sistema de saúde que possuem algum tipo de transtorno.

As apresentações musicais ficarão por conta da banda Radiofônicos, Magnólia, DJ Singate e DJ Kayoo.

Por: Cícero Portela
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