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Reportagem especial: 'Afinal, o que querem os adolescentes?'

Fase repleta de transformações e descobertas abre espaço para experiências ao mesmo tempo incríveis e desastrosas.

15/11/2015 10:09

O psicanalista Sigmund Freud estabeleceu a célebre frase “Afinal, o que querem as mulheres?”, ao se dedicar à discussão da natureza do sexo feminino. E uma missão tão complexa quanto entender o que desejam as mulheres é a de compreender o que espera a juventude. Então, afinal, o que querem os adolescentes? Longe de ser uma pergunta retórica, para jovens estudantes de Teresina, as respostas são óbvias, mas diversas: os jovens querem liberdade, amor, compreensão, futuro e uma dose grande de oportunidade de crescimento.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a adolescência como sendo o período da vida que começa aos 10 anos e termina aos 19 anos completos. Para a OMS, a adolescência é dividida em três fases: pré-adolescência – dos 10 aos 14 anos; adolescência – dos 15 aos 19 anos completos; e juventude – dos 15 aos 24 anos.

Imersos em uma realidade cada vez mais favorável ao desenvolvimento tecnológico e com cobranças também intensificadas, os jovens pontuam sobre assuntos fundamentais que perpassam diferentes gerações, mas também as questões que enfrentam na adolescência do século XXI. 

Adolescentes posam para foto no Parque Potycabana (Foto: Jailson Soares / O DIA)

“O adolescente quer liberdade, sair sozinho, poder viajar com a namorada e aproveitar ‘numa’ boa”, responde Marcos Michel, de 16 anos, o mais brincalhão no grupo de 16 estudantes entrevistados pela reportagem do Jornal O DIA. A liberdade é um ponto central para os adolescentes, mas as experiências divergem. “É claro que todo mundo quer sua independência, mas a minha liberdade, pelo menos, ainda não é tão grande. Meus pais são mais rigorosos e não gostam que eu saia sozinha”, afirma Prislena Gomes.

Ao se apresentarem de maneira múltipla, mas participando do mesmo grupo, temas como ‘bullying’ e ‘isolamento’ são levantados pelos jovens.

Kino Marcell, de 17 anos, por ser mais reservado e não gostar de sair tanto quanto os demais colegas, diz que, às vezes, se sente excluído. “Eu já gosto de ficar em casa, jogando videogame e, quando você não se encaixa no que a maioria gosta, você é isolado. Isso não é bom”, conta.

Nessa fase, todos afirmam ter clareza que cada escolha tem peso fundamental na vida. Temáticas como drogas, maternidade na adolescência e divergência com a família são encaradas com naturalidade, mas também com alerta. “Acho que todo mundo aqui conhece quem use drogas, mas o importante é saber que deve se manter longe dessas coisas. A questão da gravidez ainda é muito presente também. Uma amiga nossa, com 17 anos, engravidou e teve que parar de estudar. É complicado porque isso atrapalha toda sua vida”, afirma Grazielle Oliveira.

Conscientes e informados, ao lidarem com os medos, consequências e aprendizados, os jovens dizem ter esperanças quando o assunto é futuro. Pesando a responsabilidade de ser a geração mais conectada, eles sabem que devem balancear a atuação entre a vida online e off-line.

“Tenho celular, mas não levo à escola, porque sei que isso pode atrapalhar. Por isso, acho importante atividades como a que estamos fazendo, que incentivam que a gente saia da sala de aula e do computador”, destaca Gabryele Chaves.

Os quereres e modos de analisar as situações da vida são diversos. Alguns conseguem apoio no diálogo com os pais, outros têm encontrado barreiras para estabelecerem laços mais fortalecidos na família. “Eu não tenho uma boa relação com meus pais e isso dificulta a vida da gente. Tento encontrar nos amigos um maior entendimento”, afirma uma das jovens.

Sendo múltiplos e mostrando forte apoio na amizade, os jovens se apresentam em sua complexidade e afirmam buscar sempre o melhor para o futuro. Em pouco mais de dez anos, serão eles a estarem ocupando postos de trabalho, formando famílias e novos cidadãos. Entre os muitos direcionamentos tidos na conversa, uma certeza é clara: eles estão com sede de experiências e parecem não ter tempo a perder. 

A íntegra desta reportagem especial pode ser lida na edição do Jornal O DIA deste domingo.

Fonte: Jornal O DIA
Por: Glenda Uchôa
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