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Reitor da UFPI diz que ato no CCHL ultrapassou 'limites do tolerável'

José Arimatéia Dantas Lopes afirma, em vídeo, que tem feito gestão democrática, mas diz que não admitirá excessos.

07/12/2016 18:39

O reitor da Universidade Federal do Piauí, José Arimatéia Dantas Lopes, repudiou de forma contundente a manifestação realizada na tarde desta quarta-feira (7) por alguns estudantes da instituição contra um professor de Filosofia, que é acusado de fazer declarações machistas em sala de aula.

Em vídeo publicado em uma conta da UFPI no YouTube (veja abaixo), Arimatéia afirma que os estudantes envolvidos na manifestação ultrapassaram os "limites do tolerável", chegando a ameaçar professores que estavam trancados dentro da diretoria do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL).

O reitor afirma que sempre buscou realizar uma gestão democrática na UFPI. Contudo, não será tolerante com excessos cometido por parte dos manifestantes, sobretudo quando as manifestações colocarem em risco a integridade física de professores e servidores ou resultar na depredação do patrimônio público.

Arimatéia também referiu-se a recentes atos de vandalismo ocorridos no Centro de Ciências da Educação, como a pichação de paredes, depredação (veja fotos abaixo) e ameaças a estudantes e professores - tudo isso feito por outros estudantes da instituição.


Professor alvo de protesto precisou ser escoltado por policiais federais

A reitoria precisou acionar a Polícia Federal para evitar que a manifestação no CCHL resultasse em agressões físicas contra docentes ou servidores.

O professor que estava sendo alvo do protesto só conseguiu deixar a diretoria do CCHL com a escolta de policiais federais (veja vídeo). Alguns servidores da universidade temiam que o professor fosse linchado pelos manifestantes.

De acordo com o Departamento de Comunicação da UFPI, a Polícia Federal vai investigar os atos de vandalismo e as ameaças a professores da instituição. 

Os responsáveis podem responder, junto à Justiça Federal, por crimes como: dano qualificado ao patrimônio público (artigo 163, inciso III, do Código Penal), ameaça (artigo 147), cárcere privado (artigo 148) e atentado contra a liberdade de trabalho (artigo 197) - cujas penas somadas podem ultrapassar os sete anos de prisão.

 

Confira a íntegra da manifestação do reitor:

Na tarde desta quarta-feira, tivemos um fato lamentável ocorrido nas dependências do CCHL. Um grupo de estudantes ameaçando um grupo de professores que estavam trancados dentro da sala da diretoria do CCHL. Os estudantes que formavam esse grupo ameaçavam invadir a sala, tentando arrombar a porta. Desde que assumimos a reitoria nós implementamos uma gestão democrática, uma postura dialógica, conversando com todos os segmentos. Nunca deixamos de atender quem quer que seja. Recentemente, tivemos a ocupação do salão nobre e de algumas salas adjacentes da reitoria, e continuamos com a postura dialógica. Tanto que a desocupação se deu depois de uma audiência de conciliação na Justiça Federal, onde assinamos um acordo e nesse acordo ficou acertado que não iriamos criminalizar ninguém pelo fato de estar participando do movimento. Isso é uma clara demonstração da postura democrática da nossa gestão. Então, respeitamos o direito de manifestação, respeitamos as opiniões contrárias, respeitamos as diferenças, mas não podemos tolerar, não podemos admitir os excessos. Não podemos admitir ameaças à integridade física de quem quer que seja, e não podemos admitir depredação do patrimônio. O fato ocorrido hoje no CCHL ultrapassou os limites do tolerável. Por isso, nós tivemos que tomar providências para que o desfecho não fosse grave, que nós tivéssemos o desfecho melhor possível. Então, nós vamos continuar agindo dessa forma, com uma postura dialógica, mas sem admitir excessos, como o que ocorreu hoje no CCHL, como os fatos ocorridos no CCE, como o fato ocorrido hoje também no restaurante universitário. Então, queremos deixar claro para toda a comunidade acadêmia que não iremos mudar nossa maneira de administrar. Administração democrática, dialógica. No entanto, repito, não podemos tolerar os excessos. Não podemos tolerar ameaças à integridade física de quem quer que seja. Não podemos tolerar a depredação do patrimônio público.


Por: Cícero Portela
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