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Concurso para agente penitenciário está mantido, diz secretário

Quatro pessoas foram presas tentando fraudar o certame organizado pelo Nucepe. Três foram liberados e um advogado segue preso.

19/09/2016 11:42

Mesmo com a tentativa de fraude, o concurso continua para agente penitenciário da Secretaria de Justiça continua válido  e seguirá o cronograma preestabelecido pelo NUCEPE, é o que afirma o secretário estadual de Justiça. Daniel Oliveira. "O Nucepe segue com o cronograma. O importante é que essas tentativas de fraude não se configuraram. A Polícia Civil e a Secretaria de Justiça agiram de modo a garantir a lisura e o cronograma do concurso, então, essas quatro pessoas já estão automaticamente eliminadas, e caso a investigação apure indícios e provas de outras pessoas envolvidas em tentativa de fraude também serão eliminadas. O concurso segue normalmente, não houve fraude, houve tentativa de fraude, e isso não foi consumado. Estamos aqui pra garantir que o concurso segue normalmente", afirmou o secretário.

Quatro pessoas foram presas após tentarem fraudar o certame que teve a prova aplicada na manhã deste domingo (18). Um dos presos já é reincidente. Trata-se do advogado Evilásio Rodrigues de Oliveira, preso anteriormente durante a Operação Véritas, acusado de ser um dos integrantes de uma organização criminosa que fraudou o concurso do Tribunal de Justiça, em dezembro do ano passado.

Delegados concederam entrevista coletiva para dar detalhes sobre prisões (Fotos: Assis Fernandes / O DIA) 

De acordo com o delegado Carlos César Camelo, coordenador do GRECO, grupo responsável pela investigação, o advogado é único que segue preso. Ele possuía um gabarito com quase 100% de semelhança com o de uma outra participante, que também foi presa durante a ação.

Além do advogado, também foram presos Rayssa Kelly Alexandre De Carvalho, Joanderson Almeida Dos Santos e Márcio Morais Rodrigues. Esses três já foram liberados, após pagamento de fiança que varia entre um e dois salários mínimos, e devem responder o processo em liberdade. O delegado Carlos César explicou o motivo de apenas Evilásio Rodrigues não ter sido solto: "os outros três não tinham antecedentes, e o Evilásio já estava respondendo a um outro inquérito por envolvimento na fraude do concurso do TJ, um crime semelhante. Então no caso dele a polícia não pode estabelecer fiança, isso fica a cargo da Justiça, que deve ser feito numa audiência de custódia.

Carlos César explica ainda que a polícia recebeu a demanda da investigação do próprio Nucepe. A organização detectou que entre os inscritos haviam pessoas suspeitas de envolvimento na fraude ao concurso do Tribunal de Justiça, descoberta em dezembro de 2015. "Além deles, tem um indivíduo de outro estado que já tinha sido preso por fraude a concurso, e nós nos mobilizamos", diz o delegado.

O GRECO, então, distribuiu agentes disfarçados nos locais de aplicação de prova, o que resultou na prisão de quatro pessoas, duas delas por fraude comum, por levar 'cola' e anotações nas roupas, e outras duas presas porque estavam com um esboço de um gabarito, antes do momento de apresentação de cartão-resposta. Isto, segundo o delegado, foi detectado em sala de aula, tendo levado à prisão de Rayssa Kelly e de Evilásio Rodrigues. O gabarito que ele portava batia quase que 100% com o da jovem.

Formação de quadrilha

O GRECO investiga ainda se mais pessoas teria tentado de beneficiar da fraude no concurso. Caso isso se confirme, o secretário de Justiça disse que podem haver mudanças no cronograma estabelecido pela organização, e que segue até março do ano que vem. No entanto, Daniel Oliveira evita falar em uma contaminação maior do concurso no momento. "Nós temos que aguardar o trabalho da polícia. O concurso segue mantido, o cronograma previsto no edital está mantido, mas temos que ter em mente que as investigações continuam e não descartamos a possibilidade de isso ter reflexos posteriormente no planejamento. Não estou afirmando que isso vai acontecer, mas temos que pensar por todos os lados", explica.

Para o GRECO há ainda a possibilidade de os fraudadores do concurso da Sejus terem ligação com a quadrilha que tentou fraudar o concurso do TJ em dezembro passado, uma vez que alguns dos envolvidos no esquema anterior respondiam ao processo em liberdade. "Ainda não temos elementos concretos para afirmar isso, mas é uma possibilidade que não pode ser deixada de lado", finaliza Carlos César.

Por: Marcos Cunha (estagiário), com informações de Maria Clara Estrêla
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