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Quase 90% dos condenados em liberdade condicional não voltam a praticar crimes

Segundo juiz Vidal de Freitas, ainda faltam oportunidades de trabalho para os apenados.

20/04/2017 10:47

A Vara de Execuções Penais realizou uma pesquisa, durante um período de 60 dias, que concluiu com 88,8% dos presos que conseguem liberdade condicional não voltam a cometer crimes. Segundo juiz Vidal de Freitas, a pesquisa tem grau de certeza de 95%.

Os pesquisados foram escolhidos de forma aleatória, dentro do universo de 40 pessoas que estavam em liberdade condicional à época da pesquisa. 18 deles responderam à pesquisa, e o resultado foi que 16 deles não haviam praticado outro crime.

Segundo o juiz Vidal de Freitas, esse resultado mostra que há possibilidade de reinserção social. "A pesquisa é um importante dado para mensurar o trabalho realizado pela justiça", disse

O maior problema para os apenados é a falta de inserção no mercado de trabalho. Segundo Vidal, é preciso que a sociedade contribua nesse ponto. "Ao dar oportunidade de emprego a quem saiu do sistema prisional, estamos contribuindo para reduzir a criminalidade", defende o juiz.

A pesquisa constatou ainda que nenhum dos apenados conseguiu emprego formal. Eles conseguem renda trabalhando como estivador, pintor, motorista, servente de pedreiro, entre outros, mas sempre se forma autônoma. A renda média das pessoas em liberdade condicional varia de um a dois salários mínimos.

A falta de escolaridade é um dos aspectos que contribuem para a falta de trabalho formal, aliado ao preconceito e da desconfiança. "Dos 18 investigados, 11 possuem apenas o ensino fundamental incompleto", acrescenta o juiz Vidal de Freitas.

Para Ágata Barros, diretora de humanização da SEJUS (Secretaria de Justiça do Piauí), o vínculo familiar é um outro fator importante para evitar a reincidência no crime. "Eles prezam muito pela família. A oportunidade que buscam, não é só para si, mas pelos filhos, pelos parentes", afirma

De acordo com a pesquisa, 83% dos que estavam em liberdade condicional têm filhos, mas todos moram com a família.

Maiores dificuldades

Os pesquisados destacaram quatro dificuldades principais que são enfrentadas:

Obtenção de emprego;

Vergonha do passado;

Discriminação/preconceito pela condição de ex presidiário;

Dependência química/álcool;

Por: Nayara Felizardo
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