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Promotor de Justiça investiga banda Chica Égua por atos obscenos em público

Os responsáveis pela banda poderão até ser presos e ainda ter as músicas censuradas

25/06/2012 11:21

O promotor de Justiça Francisco de Jesus Lima, titular da Promotoria da Mulher, está investigando a banda piauiense Chica Égua, que toca swingueira. Ele viu, no Facebook, imagens de um show da banda em que um casal simula sexo oral no palco, diante do público. Trata-se da coreografia da música "Só cabô caqui", de duplo sentido.

A imagem circula nas redes sociais, pelo menos, desde a semana passada. A repercussão foi tamanha que, no último sábado (23), no Twitter, uma tag que fazia referência à foto - #BoqueteiradoPiauí - foi parar nos Trending Topics nacionais, que reúne os assuntos mais comentados do momento. A tag chegou a ocupar a terceira posição no ranking.

O promotor Francisco de Jesus requisitou à delegada Vilma Alves, titular da Delegacia da Mulher - Centro, a identificação dos responsáveis pela banda.

Imagem que repercutiu nas redes sociais

Para ele, a imagem divulgada nas redes sociais é uma mostra clara de violência contra a mulher. "Eu ainda estou na fase de levantar informações, mas entendo que fere, principalmente, a Lei Maria da Penha, que trata da violência física, patrimonial, psicológica, mas também da violência moral contra a mulher", disse.

O promotor defende que até mesmo o nome da banda "ridiculariza o gênero, já que associa o nome de uma mulher, Chica, a uma égua".

Francisco de Jesus explica que, após a apuração e avaliação pelo juízo competente, os responsáveis pela banda poderão ser penalizados. Eles poderão ser obrigados ao pagamento de indenização por danos morais coletivos, ter as músicas censuradas ou até mesmo ser condenados à prisão.

"Pode incidir aí o atentado violento ao pudor, com o ato obsceno em público, e se houver crianças e adolescentes nos shows, fica ainda mais grave. Podem estar induzindo à prostituição", destacou, acrescentando que também o conteúdo das músicas está sendo apurado. "Já soube que são depreciativas ao gênero da mulher, apelativas", afirmou.

O promotor lembrou que também a mulher que participa do ato pode ser penalizada. "Se subiu ao palco por livre e espontânea vontade, ela também pode ser responsabilizada, pela questão do ato obsceno", ressaltou.

Durante apresentação em um programa de televisão local, o vocalista da banda, identificado como Otávio Kallazans, admitiu que as músicas são ambíguas propositalmente. "As músicas são pensadas para o público feminino, já voltadas para aquela malícia. Mas tudo tem o intuito só da alegria", explicou o cantor, de maneira descontraída.

Em entrevista ao portal Tribuna de Barras, outro integrante da banda afirmou: "Olha, queremos é ganhar o nosso vento, não estamos nem aí para nada". Perguntado se ele deixaria uma filha ou irmã dançar nos shows da banda, ele respondeu: "Uma filha minha ou irmã minha jamais eu deixaria ir a um show nosso, cantar as músicas nem fazer as coreografias (risos), mas se os pais dessas meninas e desses meninos deixam, problema deles".

Nos shows, homens e mulheres se revezam na simulação do sexo oral, e um vocalista é quem dá as coordenadas de todo o ato.

Por: Juliana Dias
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