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Estudantes da UESPI invadem Palácio de Karnak durante protesto

Em greve há um mês, a categoria realizou uma passeata até o Palácio do Karnak por reivindicações trabalhistas e pelo pagamento de bolsas de estudos.

05/05/2016 10:01

A professora Janete Brito informa que o secretário de Governo Merlong Solano chamou uma comissão dos manifestantes para conversar, mas que disse que não haveria como marcar uma reunião com o governador Wellington Dias. Segundo a professora, o Merlong oferece uma reunião com os secretários de Administração, Franzé Silva, e da Fazenda, Rafael Fonteles.

"Nós não aceitamos conversar com secretário. Eles podem participar da reunião, mas nossa conversa é como governador Wellington Dias", disse a professora. O grupo seguirá ocupando o Palácio do Karnak até garantir uma audiência com o governador.

A presidente da Adcesp, professora Lina Santana, está novamente dentro do Palácio em novas negociações.

Atualizada às 12:51

(Fotos: Andrê Nascimento/ Portal O DIA)

Após o Palácio do Karnak informar que o governador Wellington Dias cumpre agenda em Brasília, os estudantes da UESPI afirmam que irão acampar no terraço do Palácio do Karnak até serem ouvidos. À tarde, os estudantes já não estavam mais no local.

Segurando cartazes e faixas que pedem a reestruturação da universidade, os manifestantes pularam as grades e subiram nas guaritas do palácio. O movimento teve ampla participação dos estudantes.

Os universitários levaram caixões e cruzes para simbolizar a "morte" da Universidade Estadual do Piauí. A bandeira do Estado foi colocada em meio mastro pelos manifestantes

Segundo a professora Lina Santana, presidente do Sindicato dos Docentes da UESPI, os caixões se referem à Lei de Enquadramento Único do Estado. "Essa lei reduzia de 1699 cargos para 841, por mais da metade. Na nossa concepção a UESPI seria reduzida pela metade, e num prazo de 5 a 10 anos com certeza acabaria. Por isso que nosso lema é "UESPI para nos 30?", comenta a professora.

A principal reivindicação dos manifestantes é contra a lei 124 de 2009, que rege a UESPI e o planos de cargos e carreira. Segundo a professora Lina Santana,  a lei única enquadra a todos e não dá permissão para ascensão aos professores, que têm seu salário estagnado.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da UESPI (SINTUESPI), Leda Simone Mesquita, ainda chama atenção para a situação dos técnicos. "Nosso salário está muito defasado. Tem técnico que está há 10 anos recebendo R$ 700! Uma miséria!", conta. Segundo ela, uma minuta de encaminhamento foi enviada ao secretário de adminstração Franzé Silva, para melhorar a lei que rege a categoria.

"O salário de R$700 para um técnico administrativo não paga nem a indumentária do governador, e ele não quer escutar os estudantes", bradou Roniel Gomes, aluno de enfermagem no campus da UESPI em Picos. Os alunos  uma grave crise estrutural em todos os campi do Estado, com laboratórios sem equipamentos básicos.

Atualizada às 12:05

Professores e alunos de diversos campi da UESPI (Universidade Estadual do Piauí) se concentraram na Praça do Fripisa, centro de Teresina, e foram até o Palácio de Karnak. A categoria realizou a caminhada até a sede do Governo para pressionar um diálogo com o governador Wellington Dias.

A comunidade acadêmica exibiu cartazes reivindicando melhores condições na educação superior do Estado. Alguns alunos da Instituição pularam as grades do Palácio de Karnak para pedir ao Governo que abra o portão e todos entrem no prédio. 

Fotos: Andrê Nascimento/ODIA

A professora Janete Brito informa que os professores reivindicam a implantação integral de todas as promoções, progressões e mudanças de regime. "O governo nos trouxe uma proposta de fazer isso de forma parcelada, em três vezes, mas não queremos parcelado", disse a professora. Ela também disse que a categoria quer a atualização das bolsas para os estudantes da UESPI, que segundo ela, estão atrasadas há três meses. 

"Estamos entrando em um mês de greve e o governador ainda não nos recebeu", disse a professora Janete Brito. "Ele vai para a TV e se diz aberto ao diálogo. Mas não sei com quem, por quê com a categoria dos professores, até agora, nada". A professora lembra ainda que devem começar em maio as discussões sobre reajuste salarial.


Edição: Nayara Felizardo
Por: Ithyara Borges e Andrê Nascimento (Estagiários)
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