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Prazo para agendamento de pedido de aposentadoria chega a 54 dias

Demora está sendo provocada pela greve dos servidores do INSS, que completa dois meses esta semana. População reclama da falta de atendimento

03/09/2015 06:47

Os usuários têm enfrentado dificuldades para conseguir atendimento na sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Teresina. O motivo é a greve dos servidores do órgão, que completa dois meses nesta semana. Um levantamento realizado pelo próprio INSS aponta que o prazo médio para agendamento do pedido de aposentadoria aumentou de 33 para 54 dias devido ao movimento grevista. 

Uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que 60% dos funcionários continuem trabalhando nas agências de todo o país, o que, segundo os usuários, não está sendo cumprido no Piauí. A lavradora Maria do Amparo Lopes, de 62 anos, tenta há mais de dois meses dar entrada em seu processo de aposentadoria. Ela conta que, apesar de reunir toda documentação necessária, não foi atendida pelos servidores. 

“Estou nessa luta há muito tempo, tentando conseguir esse beneficio, mas, infelizmente, não deram nenhuma previsão de quando vai dar certo. Não tenho mais condições de trabalhar no pesado e preciso da aposentadoria para comprar meus remédios”, relata a lavradora, que diz sofrer de hipertensão. 

O promotor de vendas José Ximenes tenta, desde o mês de maio, realizar uma perícia médica para conseguir um beneficio. Segundo ele, todas as vezes que chega a sede do INNS, no Centro de Teresina, recebe uma nova data para comparecer e o problema nunca é resolvido. 

“Estou com toda a documentação e os atestados, mas nunca consigo realizar a perícia. Se já era complicado, com essa greve ficou ainda mais. Infelizmente, a população é quem sai mais prejudicada”, desabafa José Ximenes. 

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sindsprev), a tendência é que, enquanto a greve não for finalizada, os usuários enfrentem cada vez mais dificuldade para realizar procedimentos no INSS. O presidente do Sindsprev, Antônio Machado, explica que, na última semana, os atendimentos foram reduzidos significativamente, como forma de cobrar avanços nas negociações. 

Foto: Elias Fontenele/ ODIA

“Reduzimos o atendimento e estamos mantendo apenas aqueles procedimentos que podem prejudicar o segurado. Infelizmente, esse é o lema de uma greve: alguém tem que sair prejudicado e esse alguém, momentaneamente, é a população”, afirma. 

Em relação às negociações em âmbito nacional, o presidente do Sindsprev explica que a categoria aguarda que o Governo apresente uma contraproposta que seja positiva para os servidores e que, além do reajuste salarial de 27,5%, sejam concedidas melhores condições de trabalho. “Vamos aguardar os acontecimentos. Se essa proposta vier melhorada, voltamos ao trabalho; já se não for do agrado da categoria, continuamos o movimento”, declara Antônio Machado. 

A recomendação do Sindsprev é que a população aguarde o término da greve para dar entrada em procedimentos não urgentes. “Logo que terminar a greve, vamos avisar a toda população sobre a volta ao trabalho”, disse Antônio Machado.

 Peritos médicos deflagram greve nesta sexta-feira 

Regulamento Pau de Selfie Unindo-se aos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em greve há quase dois meses, agora é a vez dos peritos médicos do órgão paralisarem suas atividades. A decisão foi tomada pela Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), que deve iniciar a greve amanhã (4), em todo o País. 

A categoria reivindica um reajuste salarial 27%, dividido em dois anos, além de melhorias nas condições de trabalho nas agências do INSS de todo o País. “Temos agências que não possuem condições mínimas para o trabalho do perito, como consultórios e segurança. Além disso, a categoria considera que o reajuste de 21%, oferecido pelo Governo, não condiz com as solicitações”, explica o chefe da Seção de Saúde do Trabalhador do INNS no Piauí, Cristóvão Alves. 

Durante a greve, 30% dos servidores devem continuar trabalhando, mas apenas os casos mais urgentes vão ser atendidos. “Estamos fazendo uma escala de trabalho para o período da greve. Esse atendimento vai ser apenas de casos prioritário, como idosos, acidentados, gestantes. Os outros casos, provavelmente, vão ser reagendados”, explica.

Por: Natanael Souza- Jornal O Dia
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