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Por dívida de R$ 15 mi, hospitais suspendem atendimento a servidores públicos

Os valores devidos pelos planos de saúde dos servidores públicos do Estado e do município de Teresina somam mais de R$ 15 milhões, de acordo com Sindicato dos Hospitais e Clínicas.

07/01/2017 12:22

Em razão de atrasos de pagamentos por parte do Iaspi (Instituto da Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Piauí) e do IPMT (Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Teresina), hospitais, clínicas e laboratórios conveniados anunciaram, na noite desta sexta-feira (6), que irão suspender na próxima semana os atendimentos a usuários dos planos de saúde dos servidores estaduais e municipais de Teresina.

A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas, Jefferson Campelo. Conforme denúncia feita pelas empresas do setor de saúde, os atrasos nos repasses referem-se aos meses de setembro, no caso do Plamta (Iaspi), e de agosto, no caso do IPMT.

Os valores devidos pelos planos de saúde dos servidores públicos do Estado e do município de Teresina somam mais de R$ 15 milhões.

No caso do IPMT, além do atraso, os hospitais denunciam também o não cumprimento de acordo firmado no ano passado, para que a tabela de procedimentos fosse equiparada aos valores pagos pelo Plamta (Plano Médico de Assistência e Tratamento), o seguro saúde destinado aos servidores públicos estaduais.

Ofícios assinados pelos dirigentes do Sindicato dos Hospitais foram encaminhados nesta sexta-feira, 6 de janeiro, aos gestores dos dois planos de saúde informando que, em face do não pagamento dos procedimentos, "os estabelecimentos privados de saúde se veem compelidos a suspender os atendimentos".

"As perdas financeiras para a rede clínico-hospitalar e laboratorial de Teresina começam a impactar negativamente em seus custos, podendo, no limite, resultar em corte de custos – o que incluiria, por exemplo, desligamento de pessoas para uma redução do custeio salarial.  Sem os pagamentos, também há risco de comprometimento da qualidade dos serviços", alerta o Sindicato dos Hospitais e Clínicas.

Os dois planos de saúde de funcionários públicos estaduais e municipais de Teresina têm pelo menos 200 mil usuários, e a maioria se utiliza de serviços prestados em Teresina. "Para se ter uma noção de grandeza do universo de pessoas atendidas, o Plamta tem mais usuários que dois dos maiores planos médicos privados do Piauí, a Unimed Teresina e o Humana Saúde", pondera o sindicato.

A suspensão dos atendimentos anunciada pelos estabelecimentos clínico-hospitalares e laboratoriais de Teresina somente deve atingir consultas, exames e cirurgias eletivas, ficando de fora as urgências e procedimentos em curso, como, por exemplo, pessoas em pós-operatório.

Ao anunciar a suspensão dos atendimentos, o Sindicato dos Hospitais informou que a adoção desta medida decorre não da vontade da entidade, mas do imobilismo dos gestores do Iapep e IPMT, que têm ciência dos atrasos nos pagamentos, mas seguem sem adotar medidas para sanar o problema.

Pelo menos 50 desses estabelecimentos devem suspender os procedimentos a partir da próxima semana, até que sejam normalizados os pagamentos do que é devido à rede desde agosto do ano passado, no caso do IPMT, e de setembro de 2016, em se tratando do Iapep.

Outro lado

Por telefone, o portal O DIA tentou reiteradas vezes contato com a diretora-geral do Iaspi, Daniele Amorim Aita, com o secretário de Fazenda do Estado, Rafael Fonteles, e com o presidente do IPMT, Paulo Roberto Dantas, mas nenhum dos três atenderam as ligações.

Por: Cícero Portela
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