Segundo dados do Serviço de
Atenção às Mulheres Vítimas
de Violência Sexual (Samvvis),
que funciona na Maternidade
Dona Evangelina Rosa, cerca
de duas mulheres são atendidas,
por dia, vítimas de abuso sexual
em Teresina. No ano de 2015,
467 mulheres foram vítimas
de estupro em todo o Estado,
principalmente na Capital, que
registrou 342 casos, seguida dos
municípios de Parnaíba (48),
Bom Jesus (40), Picos (34), São
Raimundo Nonato (9) e Floriano
(6).
A gerente de Atenção à Saúde
da Secretaria Estadual de Saúde
do Piauí (Sesapi), Luciana Sena,
destaca que Teresina possui um
serviço de referência no atendimento
a essa mulher vítima de
abuso. Ela conta que o Samvvis
oferece um atendimento especial
à mulher vítima de violência
e o Piauí é o único Estado que
dispõe do programa com essa
especificidade de atendimento.
“O serviço conta com uma
equipe formada por médico
legista, enfermeiro, psicólogo,
técnico de enfermagem e assistente
social. Esses profissionais
precisam ser capacitados
e dispor de uma estrutura para
atender de forma adequada esta
vítima de violência sexual”, disse
Luciana, acrescentando que
o Samvvis também atua articulado
com outros órgãos, como
a Delegacia da Mulher, Cras e
Creas, e Conselho Tutelar, no
caso de crianças vítimas de abuso
sexual.
Procedimento
Luciana Sena enfatiza que,
caso uma mulher seja vítima
de violência sexual, ela deve
buscar atendimento imediatamente,
no intuito de garantir
que os primeiros cuidados
previnam uma gravidez indesejável
e até a transmissão de
doenças sexualmente transmissíveis,
como o HIV. “Nosso
serviço é porta aberta, ou
seja, basta a mulher se dirigir
ao Samvvis que ela será avaliada
e acolhida. A equipe
multiprofissional ministrará
o contraceptivo de urgência,
a quimioprofilaxia, exames
necessários e também encaminhamentos
a psicólogos
ou outros profissionais”, descreve.
A gerente de Atenção à Saúde
da Sesapi defende ainda
que é preciso que haja uma
campanha educativa com relação
às crianças, pois estas
dependem dos responsáveis
para denunciarem. “Muitas
vezes, a criança tem dificuldade
em conseguir atendimento
porque quem leva é o
cuidador, e há casos em que
No ano de 2015,
cerca de 467
mulheres foram
vítimas de estupro
em todo o Estado,
principalmente
na Capital
essa criança é ameaçada, tem
dificuldade em contar o que
aconteceu. Essas mulheres
vítimas de violência precisam
entender que existe um serviço
de qualidade no Estado,
porta aberta, e que elas podem
e devem procurar o mais
rápido possível. No caso da
gravidez, por exemplo, a pílula
do dia seguinte tem que
ser usada até 72 horas após o
estupro, então é importante
que essas pessoas procurem o
serviço”, explica.
Cobertura
Luciana Sena pontua ainda
que o serviço de atendimento
à mulher vítima de violência
está implantado nos 11 territórios
piauienses, faltando
apenas nos municípios de
Uruçuí, Oeiras e Valença, que
devem ser contemplados com
a expansão do serviço para
outras áreas.