Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Com paralisação, Boletins de Ocorrência serão feitos na Delegacia Geral

Só serão registrados nos DPs crimes de homicídio, estupro, latrocínio e roubo; categoria quer reduzir diferença de salários de agentes e delegados.

20/06/2016 10:00

Agentes, escrivães e peritos da Polícia Civil deram início hoje (20) à paralisação da categoria. Os policiais civis reivindicam que os salários da categoria respeitem uma proporção de 60% de diferença entre o maior e o menor. “O menor salário hoje é o de agente 3ª classe e o maior é o de delegado classe especial. Queremos que a relação entre a menor e maior não seja menor que 45%”, conta Thales Melo, diretor de imprensa do Sinpolpi (Sindicado dos Policiais Civis do Piauí).

A paralisação começou às 0h00min de segunda-feira e se estende até à meia-noite de quarta-feira. Durante às 72 horas, o comando de greve irá circular pelas delegacias de Teresina. Na manhã desta segunda-feira, os policiais se reuniram na praça Saraiva, Centro de Teresina, em frente ao Instituto de Identificação do Piauí.

Categoria se reuniu em frente ao Instituto de Identificação (Foto: Moura Alves/ O Dia)

Durante a paralisação, serão registrados apenas casos de homicídio, estupro, latrocínio e roubo. Os policiais também abrem exceção para casos envolvendo menores e idosos. Crimes como tráfico de drogas, ameaças, injúria e lesão corporal não serão sequer registrados.

Salários proporcionais

O diretor de imprensa do Sinpolpi, Thales Melo, explica que a paralisação acontece pelo descumprimento por parte do Governo do Estado de itens do acordo judicial firmado entre a categoria e o governo no ano passado. Segundo Thales, a parte principal do acordo não está sendo cumprida: a que estipula que a menor diferença salarial dentro da categoria seja de 60%.

“Não estamos querendo igualar agente e delegado, nem que delegado ganhe menos. Queremos que os salários sejam proporcionais”, defende Thales Melo, afirmando que o governador Wellington Dias não atende a categoria. “O governo não nos atende. Já lançamos propostas para novo acordo, mas o governo nem respondeu à proposta”, disse.

Thales também chama a atenção para o salário de agentes, escrivães e peritos, que segundo ele, não foi reajustado na data base de maio. “Inflação já superou o nosso salário e nem sequer recebemos o reajuste anual”.

O presidente do Sinpolpi, Constatino Júnior, disse que os delegados não apoiam a paralisação. Segundo ele, a proposta de se estipular os 45% como diferença máxima entre maior e menor salário da Polícia Civil teve uma “reação negativa” por parte dos delegados. Constantino acusa o Governo de ter freado as negociações após essa negativa. “Já que delegado não aceita, vamos cruzar os braços? Não se faz polícia só com delegado”, protesta. 

Após o fim da paralisação, na quarta-feira, o diretor de imprensa do Sinpolpi informa que será marcada uma assembleia, para decidir novas estratégias. Segundo Thales, é possível que os policiais decidam pela greve.

Boletins de ocorrência devem ser registrados na Delegacia Geral

O delegado geral Riedel Batista disse que haverá reunião hoje com o Sinpolpi às 11 horas para avaliar a paralisação. Ele informa que, até o fim da paralisação, boletins de ocorrência serão registrados na Delegacia Geral de Polícia Civil, localizada na Praça Saraiva, onde estão concentradas 10 equipes para essa função.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento (Estagiário)
Mais sobre: