A Prefeitura de Teresina se reuniu, na manhã de hoje (23) com os integrantes do Coletivo Salve Rainha para discutir as normas de funcionamento do Parque Cidadania. O encontro, que teve a participação de representantes da SDU Centro/Norte e da Secretaria Municipal de Economia Solidária, aconteceu cinco dias após um show promovido pelo coletivo ter gerado polêmica entre os teresinenses devido à nudez dos artistas no palco. Após a reunião, o Coletivo disse que vai repensar suas atividades no Parque, que passará a ter um horário de funcionamento definido.

"Na verdade nós vamos repensar uma forma de advertência de idade e de público para não causar esse tipo de embaraço que se observou. Nesse caso foi uma apresentação musical e não tínhamos como fazer uma curadoria antes", afirma Carol Fortes, assessora jurídica do Coletivo Salve Rainha.

Além das atividades culturais, que ocupam diversos espaços da cidade, o Coletivo Salve Rainha mantém um quiosque no Parque Cidadania, o Café Sobrenatural. Junto com o grupo, uma outra ONG ocupa os estabelecimentos instalados no local. Na reunião, foram apresentadas medidas, que já vinham sendo elaboradas, e que devem ser seguidas pelos dois grupos dentro do Parque Cidadania. Um delas diz respeito ao horário de fechamento do parque, que será as 22 horas.

Ao se manifestarem na reunião, os membros do Salve Rainha também fizeram suas colocações a respeito das condutas que devem ser seguidas e afirmaram que adotarão as devidas precauções. Com relação ao show, o Coletivo informou que não foram impostas restrições por parte da Prefeitura em relação àquele episódio específico. "Nós não sofremos nenhum tipo de restrição. As restrições que existem são as que já existem na sociedade, mas não disseram para a gente que não podíamos fazer esse tipo de coisa. A Prefeitura disse que não acredita que a gente agiu propositalmente", explica Carol Fortes. O Salve Rainha recebe o apoio do poder municipal desde quando começou as intervenções artísticas na capital, há dois anos.

Os representantes da SDU e da Semest destacaram que a reunião também foi realizada com o intuito de reforçar a necessidade de o Coletivo Salve Rainha seguir com a propostas de levar arte em suas múltiplas formas para os espaços públicos de Teresina. A PMT destacou ainda que o ocorrido no show não anula a importância de o grupo manter as programações culturais no Parque Cidadania.

Entenda o caso

Um show promovido no último domingo (18), pelo Coletivo Salve Rainha no Parque Cidadania terminou em polêmica após os cantores Leo Fressato e Ana Larousse subiram ao palco seminus. A apresentação causou um intenso debate entre os teresinenses sobre as diferentes formas de manifestação artística e cultural, com várias grupos defendendo a performance dos artistas e outros tantos fazendo críticas à forma como eles se apresentaram ao público.

Após o show, a cantora Ana Larousse começou a receber mensagens de cunho machista e com discurso de ódio em suas redes sociais. Na última quarta-feira (21), a artista anunciou em sua fan page no Facebook a exclusão de seu perfil pessoal devido aos ataques que vinha sofrendo. Em nota na rede social, o Coletivo Salve Rainha afirmou ser contra todo e qualquer tipo de censura e que "não faz ingerências sobre o que é exposto, apenas uma curadoria ao que é produzido anteriormente".

Por: Maria Clara Estrêla