Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Piauí e mais 4 estados têm sistemas penais no limite, aponta levantamento

Reportagem do jornal O Globo informa que setores da inteligência do Governo Federal classificam como tensa a situação em presídios do Piauí, Mato Grosso, Sergipe, Rondônia e Ceará.

07/01/2017 22:48

Os sistemas prisionais do Piauí e de mais quatro Estados da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste foram apontados como verdadeiros barris de pólvora pelo serviço de inteligência do Governo Federal, conforme reportagem do jornal O Globo, veiculada neste sábado (7).

Além do Piauí, outras quatro unidades da federação também tiveram seus sistemas prisionais classificados como em permanente estado de tensão: Mato Grosso, Sergipe, Rondônia e Ceará.

A constatação ocorre dias após as duas chacinas registradas nesta primeira semana de 2017, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, com 60 mortos, e na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, com 33 mortos.

Conforme detalha a reportagem do jornal O Globo, a classificação de segurança dos presídios segue um protocolo com quatro gradações: normal (OK), alerta, tenso e conflito deflagrado.

As unidades penais onde houve as carnificinas receberam, obviamente, a classificação de conflito deflagrado. Como o Piauí e os outros quatro estados têm os sistemas prisionais considerados tensos, pode-se afirmar que eles vivem na iminência constante de conflitos tão graves quanto os ocorridos no Amazonas e em Roraima.

O diretor jurídico do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Vilobaldo Carvalho, reforça o diagnóstico do Governo Federal, e acrescenta que o sistema prisional do Piauí possui um dos maiores índices de assassinatos do país. "A situação requer estado de atenção permanente e redobrada, tendo em vista o gravíssimo problema da superlotação, a carência elevada de agentes penitenciários, a fragilidade nas estruturas físicas e os equipamentos deficientes", ressalta Vilobaldo.

Ele afirma que as instituições estatais precisam "se impor, para que o crime não continue compensando no Brasil".

"Enquanto o estado não assumir o seu papel, continuar sendo omisso, as facções vão preenchendo o vácuo e espalhando seus domínios para a prática de crimes. Enquanto os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário não entenderem o sistema prisional como um problema de segurança social, iremos continuar assistindo ao aumento da criminalidade e ao caos nas prisões", ressalta o diretor do Sinpoljuspi.

Muitos presos, poucos agentes

Conforme levantamento feito pelo Sinpoljuspi, o Piauí possui hoje mais de 4.100 presos nas suas 15 unidades prisionais. Além de outros cerca de 500 em liberdade monitorada.

Por outro lado, há apenas 600 agentes penitenciários lotados no sistema prisional, que ainda precisam se dividir entre os plantões, o que torna o efetivo ainda menor.

Por: Cícero Portela
Mais sobre: