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PI: só 4 instituições de ensino superior tiveram nota 4 em avaliação do MEC

O Índice Geral de Cursos avalia a qualidade dos cursos oferecidos pelas faculdades, universidades e centros universitário e o desempenho dos estudantes avaliados.

20/12/2018 17:55

O Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Pesquisa Anísio Teixeira, divulgou na última terça-feira (18) a tabela com Índice Geral de Cursos (IGC), que mede a qualidade dos cursos de graduação e programas de pós-graduação oferecidos por instituições de ensino superior no país. Os dados são referentes a 2017 e um aspecto em relação ao Piauí que chama a atenção é que somente três das 37 instituições avaliadas no Estado alcançaram nota 4 no IGC. A avaliação varia de 1 a 5 pontos, sendo consideradas mais bem avaliadas as que conseguirem nota 5.

Em números percentuais, as instituições de ensino superior do Piauí com nota 4 no IGC correspondem a apenas 8,1% do total de faculdades, centros universitários e universidades avaliados pelo MEC no Estado. Alcançaram nota 4 no IGC as seguintes instituições: Centro Universitário Uninovafapi, Faculdade Facid Wyden e Chrisfapi, as duas primeiras com sede em Teresina a última com sede em Piripiri.


A Uespi obteve nota 3 no IGC do MEC - Foto: Arquivo O Dia

Vale lembrar que o cálculo do IGC leva em consideração o último triênio relativo aos cursos avaliados, a média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu atribuídos pela Capes na última avaliação trienal disponível e a distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino (graduação ou pós-graduação stricto sensu).

Outro fato que chama atenção com relação ao Piauí é que as três instituições públicas de ensino superior do Estado – Universidade Federal do Piauí (Ufpi), Universidade Estadual do Piauí (Uespi) e Instituto Federal do Piauí (Ifpi) – atingiram nota mediana no ICG, tendo alcançado somente 3 pontos na avaliação.

Além da Ufpi, Ifpi e Uespi, outras 27 instituições também conseguiram somente nota 3 na avaliação do MEC. Todas elas são instituições particulares com fins lucrativos. Com nota 2, considerada abaixo da média, encontram-se cinco faculdades: Cesvale, Faibra, Iespi, Instituto de Ensino Superior São Judas Tadeu e Faculdade CET.


A Ufpi também foi avaliada com nota 3 pelo MEC - Foto: Arquivo O Dia

Conceitos por Curso

Outro aspecto divulgado pelo Inep a respeito das instituições de ensino superior do Brasil foi o Conceito Preliminar por Curso (CPC). Este dado avalia a qualidade dos cursos de graduação segundo oito componentes agrupados em quatro dimensões: o desempenho dos estudantes no Enade, o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes concluintes, o perfil do corpo docente, e a percepção discente sobre as condições do processo formativo.

Tomando-se apenas as universidades públicas do Piauí (Federal e Estadual), a tabela do CPC do Inep revela que Uespi possui seis cursos de graduação com nota 2 em um índice que varia de 1 a 5 (Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Pedagogia no campus de Corrente, Licenciatura em Educação Física no campus de São Raimundo Nonato, Licenciatura em Ciência da Computação, campus de Teresina, e Letras Inglês no campus de Teresina). Já a Ufpi possui apenas um curso com nota 2: o de Bacharelado em Matemática do campus de Teresina.

Em contrapartida, a Universidade Estadual apresenta também seis cursos de graduação com nota 4 no CPC do MEC: Licenciatura Letras Português nos campi de Teresina, Bacharelado em Ciências Biológicas nos campi de Teresina, Licenciatura em História campi de Teresina, Licenciatura em Geografia, campi da Capital, e Licenciatura em Ciências Sociais, também nos campi da Capital.

Já com relação à Ufpi, somente quatro cursos de graduação alcançaram nota 4 Índice CPC do MEC. São eles o bacharelado em Física, a Licenciatura em Geografia e a Licenciatura em Ciências Sociais. Os demais cursos das duas instituições foram avaliados com nota 3 no CPC.

O que dizem as instituições

A Uespi avaliou a nota da instituição como satisfatória. De acordo com o pró-reitor de ensino e Graduação, Dr. Pedro Soares Júnior, a universidade manteve-se com seu bom desempenho. “Obtivemos resultados satisfatórios, visto que tivemos 78 cursos avaliados, e desses 83,4% obtiveram notas superiores ou iguais a 3 (média geral), mantendo-se na média do país. Estaremos sempre trabalhando para que possamos otimizar todos os resultados”, destaca.

Em nota, o Ifpi afirmou que o instrumento de avaliação dos cursos utilizado pelo MEC não considera as singularidades dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. A considerou satisfatória a nota 3 obtida no IGC, mas reiterou que é um índice que ainda permite melhorias.  No comunicado, o Ifpi destacou também que constantemente, atualiza os Projetos Pedagógicos dos cursos e promove a qualificação dos servidores e a melhoria das condições de trabalho de todos os servidores. O Instituto pontuou ainda que realiza ações de Pesquisa e Extensão com recursos próprios e de outros órgãos, como Capes, Cnpq e Fapepi.

A Faculdade CET, que recebeu nota dois, abaixo da média, alegou que o Ministério da Educação não avaliou os cursos da instituição em 2017 e que a nota que aparece no índice divulgado na ultima terça se refere a uma nota de 2015 ultima vez que instituição foi avaliada. “Em fevereiro tem a comissão que vai fazer uma avaliação para ser publicada em 2019. Nossa situação é sem conceito. Nós não temos conceito de curso e nem institucional porque não teve avaliação em 2017. A avaliação de 2015 foi mantida por que não fomos avaliados.”, comenta Ribamar Torres, diretor acadêmico da instituição. 

Procurada, a Cesvale também disse que a avaliação divulgada pelo MEC nesta terça (18) traz dados defasados e que a nota 2 no IGC se refere à avaliação feita em 2015 e que só foi tornada pública agora. De acordo com o diretor-geral da instituição, professor José Airton Veras Soares, uma equipe do MEC esteve em setembro passado na Cesvale avaliando a faculdade e atribuiu à instituição nota 4 no IGC. “Em uma escala de 1 a 5, nós somos 4. Inclusive como nossa avaliação foi boa, abrimos uma solicitação para trazer novos cursos nos próximos anos”, afirmou Airton.

Nenhum representante da Ufpi, da Faibra, do Iespi e do Instituto de Ensino Superior São Judas Tadeu foi localizado para comentar os dados do IGC do MEC. O espaço fica aberto para futuros esclarecimentos.

Por: Lucas Albano e Maria Clara Estrêla
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