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Pesquisa aponta redução da demanda por serviços de táxi

Entre os motivos apontados para esta redução estão a crise econômica do país e o transporte clandestino

04/02/2016 07:25

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou, na última semana, uma pesquisa que aponta o perfil dos taxistas, com informações gerais sobre a atividade. Mais de 90% dos profissionais entrevistados acredita que houve uma diminuição na demanda por seus serviços no ano de 2015. Entre os principais motivos apontados estão a crise econômica do país e o transporte clandestino.

Os dados da pesquisa também refletem a realidade vivenciada pelos taxistas que atuam em Teresina. A diminuição da demanda pelos serviços, aliado ao aumento nos gastos para manter o veículo, faz com que muitos desistam da profissão em busca de alternativas de subsistência.

O taxista Paulo Ricardo Silva atua em um ponto no Centro da Capital. Segundo ele, o ano de 2015 foi um dos mais complicados para a categoria. “A procura diminuiu muito no ano passado. O dinheiro está circulando muito pouco no Estado e as pessoas estão se resguardando. O preço da corrida até que é acessível, mas as pessoas estão deixando de utilizar o serviço”, comenta.

O transporte clandestino é outro fator que contribui para a diminuição da procura pelos serviços dos taxistas. “Para manter um carro regular, você gasta muito, já o clandestino não gasta nada, simplesmente coloca o carro para rodar nas ruas. Gastamos muito para manter o carro regular, mas a fiscalização ainda é deficiente”, comenta Paulo Ricardo.

Despesas

Outro problema identificado na pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte é o alto impacto do preço do combustível para a atividade dos taxistas. Os gastos não crescem na mesma proporção em que a bandeirada do serviço de táxi.

Taxista há mais de 30 anos, Renato Barbosa já pensou em desistir da atividade algumas vezes. Ele conta que os gastos com a manutenção do veículo dificultam cada vez mais a continuidade na profissão. “O que ganhamos hoje não da pra cobrir as despesas que temos, principalmente com combustível, que aumenta praticamente toda semana. Em pouco tempo, vai ser quase impossível continuar trabalhando como taxista”, pontua.

Outros dados

Vulnerabilidade e a falta de segurança também são fatores que prejudicam a atuação dos taxistas. A pesquisa da CNT aponta que 28,5% dos entrevistados foram vítimas de assalto pelo menos uma vez nos últimos dois anos. “Quando saímos de casa para trabalhar, não temos ideia do que vamos encontrar pela frente. Os riscos são muito grandes”, comenta Renato Barbosa.

Foto: Assis Fernandes/ODIA
Por: Natanael Souza - Jornal O DIA
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