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Pequenos negócios ganham força com ampliação de espaços públicos

Teresinenses apostam no próprio negócio para completar a renda familiar e se aglomeram nos parques da cidade.

16/08/2016 10:14

Dizem que bons empreendedores são aqueles capazes de detectar oportunidades e desenvolver um negócio lucrativo por conta delas. Mesmo sem ter base teórica, é essa a lógica que leva centenas de pessoas a desenvolverem pequenos negócios nas proximidades dos parques públicos de Teresina. 

A história de empreendedorismo de Franceline Soares, de 30 anos, por exemplo, começou junto com a inauguração do Parque Lagoas do Norte. Por ser um ponto turístico e grande indutor de pessoas atraídas também por conta das atividades físicas disponíveis no local, Franceline e a irmã decidiram ofertar a venda de pequenos lanches para os visitantes. 

Franciline e sua irmã diversificam a oferta de lanches no Lagoas do Norte (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)

O negócio começou bem tímido, com a venda apenas de crepe na porta de casa, mas com persistência e uma certa dose de coragem, os rumos do empreendimento tomaram proporções maiores. 

“Minha irmã trabalhava em uma empresa de call center e ela que começou com isso, de vender crepe na porta de casa, mas logo depois tivemos que fechar por conta da violência que estava grande aqui no Parque”, lembra. 

Após a decisão pelo fim da venda de lanches, a irmã de Franceline ficou desempregada, o que foi uma mola propulsora para investir no próprio negócio. A segurança do parque também foi reforçada. 

“Ela decidiu se dedicar totalmente após a demissão. Hoje, somos uma dupla. Ela e o marido, e eu e meu marido. Diversificamos a oferta de produtos e investimos no quiosque”, destaca. 

É da venda de lanches e bebidas que as duas famílias tiram a renda mensal para tocar a própria vida. Franceline destaca que assim como ela, outros moradores também se dedicam totalmente aos pequenos negócios induzidos por conta do Parque. 

É o caso de Antônio Rocha, que vende refrigerante, água e bebidas aos fins de semana no local. Para ele, além de um negócio, o Parque também possibilitou novas perspectivas de vida. 

“A gente chega em uma certa idade e pensa que não vai mais conseguir se manter, porque hoje está tudo muito difícil. O Lagoas do Norte me mostrou que eu ainda poderia trabalhar e conseguir seguir a minha vida e da minha família”, conta. 

Capacitações 

Através do Programa Lagoas do Norte, a Prefeitura de Teresina oferta capacitações para empreendedores da região. São ofertados cursos que estimulam o aperfeiçoamento dos negócios desenvolvidos na amplitude do Programa. 

“Já foram oferecidos cursos de manipulação de alimentos, cursos de liderança, gerenciamento de negócios. O Programa verifica as vocações da comunidade e faz cursos voltados para essas vocações. Temos também cursos de empreendedorismo voltados a jovens a partir de 12 anos”, destaca Viviane Bandeira, gerente do Parque Lagoas do Norte. 

Artesãs aproveitam Parque da Cidadania para potencializar vendas 

Enfileiradas, artesãs de várias zonas de Teresina encontram no Parque da Cidadania um local para além do lazer e da prática de exercícios. Desde a inauguração do Parque, aos sábados e domingos, as mulheres vendem os produtos confeccionados por meio da habilidade com as mãos. 

Germina Leal expõe peças de bijuteria, bordado, imãs (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

“Realizamos uma exposição comercial, por meio do trabalho de três associações em conjunto com a Prefeitura. O local aqui é ótimo, porque realmente circula muita gente”, explica a coordenadora da feira, Germina Leal. 

No espaço voltado para a exposição, destacam-se por meio do talento das artesãs peças de bijuteria, bordado, imãs, produtos em madeira, bonecas, tecelagem e cerâmica. 

Para a visitante Maria Paula, a ideia de uma feira ao ar livre é muito atrativa. “Eu vim com minha família só para conhecer o espaço, mas chegando aqui vi a feira; então, passei para dar uma conferida e já estou levando um brinco”, conta. 

Germina destaca que, além do Parque da Cidade, as artesãs também trabalham com feiras mensais na rua climatizada, no Centro de Teresina. 

Comércio de comidas e bebidas 

Batata frita, água, refrigerante e cachorro quente. No entorno do Parque também se estabelecem negócios variados, que potencializam a renda de dezenas de trabalhadores. 

É como a história de Pedro Leal, que começou a vender água na área de entrada do Parque como forma de fortalecer sua renda de pedreiro. “Trabalho com construção, mas venho aqui vender água para poder reforçar o orçamento. Hoje temos que fazer de tudo um pouco”, explica.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O DIA
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