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Pedestres e motoristas usam máscaras para passar por avenida em obras

O asfaltamento da Avenida Josué de Moura Santos, no bairro Pedra Mole, foi suspenso há um mês e a poeira incomoda a população

23/07/2016 08:05

Uma obra muito esperada pelos moradores que residem no bairro Pedra Mole, na zona Leste de Teresina, é o asfaltamento da Avenida Josué de Moura Santos, principal via de ligação do bairro com a zona Norte da cidade. Porém, há cerca de um mês, a execução do serviço foi suspensa, as máquinas foram retiradas do local e o que sobrou foi apenas muita poeira e reclamação de quem precisa passar por ali. 
Como a poeira é muito intensa, motoristas de ônibus, de carro, caminhão e motociclistas precisam utilizar máscaras para proteger o rosto, assim como os pedestres que transitam pela via. O impacto também pode ser observado na vegetação que fica ao lado da avenida, que está avermelhada e coberta pela fina camada de poeira. 
O pedreiro Raimundo Nonato de Sousa conta que a situação no bairro está um caos. Segundo ele, a Prefeitura de Teresina parou a obra há pouco mais de um mês e deixou os moradores da região no prejuízo, principalmente quem reside próximo da Avenida Josué de Moura Santos. 

Foto: Andrê Nascimento/O Dia


Antônia Alves tenta minimizar os danos respiratórios

“Aqui perto tem uma escola e as crianças sofrem muito. Os moradores já reclamaram, fizeram manifestação, queimaram galhos de árvores, mas não adiantou nada, nunca deram jeito nem resposta e, enquanto isso, ficamos à mercê. Outra coisa é esse buraco enorme que, vira e mexe, alguém cai dentro”, disse. 
Segundo Raimundo Nonato, à noite, a situação é ainda mais complicada, vez que a visibilidade dos motoristas fica reduzida e as chances de um acidente aumentam. Além disso, com a via completamente danificada, os criminosos aproveitam para agir. “Quando a gente reduz a velocidade para passar nos buracos, eles se aproximam, encostam na gente e nos roubam”, acrescenta. 
A vendedora aposentada Antônia Alves de Freitas Nascimento reside no bairro Pedra Mole há mais de 30 anos e fala dos prejuízos que a obra inacabada tem trazido para os moradores, principalmente para as crianças e pessoas com deficiência. Ela trabalha em frente à escola do bairro e disse que todos estão ficando doentes, gripados e com problemas respiratórios. 
“Nós não estamos mais aguentando. Aqui têm pessoas deficientes, inclusive uma criança que se alimenta por sonda e respira com ajuda de aparelho e a mãe não aguenta mais. A criança não dorme à noite, precisa fazer inalação além da quantidade recomendada porque não consegue respirar”, desabafa. 
Para tentar se prevenir de adquirir alguma doença respiratória por conta da poeira, Antônia Alves trabalha usando uma máscara no rosto que, apesar de não ajudar muito, ameniza a inalação de resíduos. A moradora conta ainda que chegou a ir, por diversas vezes, à Superintendência de Desenvolvimento Urbano, mas não recebeu informações de quando a obra poderia ser concluída. 
Ela questiona também a pavimentação de trechos em que não há moradores e, nos locais mais urgentes, como em frente às residências e da escola, as obras não avançaram. “Eu queria saber porque fizeram em locais onde não tinham casas e em locais onde há pessoas morando não fizeram e deixaram a gente nesse sofrimento. Eles jogaram terra por cima do asfalto e, quando os carros passam, sobe a poeira. Se fosse para começar, não terminar e deixar essa poeira para nós, era melhor ter deixado do jeito que estava. Tudo bem que a gente precisa melhorar a avenida, mas quem tem paciência com uma poeira dessa”, reclama a moradora.
Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia
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