Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Pais gastam ainda mais com material escolar para a educação infantil

Além de gastos com a mensalidade escolar, os pais precisam apertar o orçamento para adquirir todos os recursos pedagógicos solicitados.

18/01/2016 07:23

O mês de janeiro não é muito agradável quando se trata de finanças. Para os pais, é a hora de comprar o material didático a ser usado durante o ano de 2016 pelos filhos. Esse valor pode ser ainda maior na educação infantil de escolas particulares, que nas listas de materiais escolares exigem muito mais do que os livros. As crianças precisam de paradidáticos, brinquedos, materiais de uso pessoal, de apoio pedagógico e lúdico.

A bancária Laís Rebelo conta que matriculou o seu filho Gabriel, de apenas 1 ano, para o maternalzinho. Esse ano será o primeiro contato do pequeno com a escola e a mãe se diz preocupada com a quantidade excessiva de material pedido na relação de livros. “Na verdade ele tem poucos livros porque não tem como estudar ainda nessa idade. Apenas um deles custou R$ 106,00. Fora esse valor, já gastei em média R$ 500,00 com outros tipos de materiais, como lápis de cor, giz, cadernos, fardamento e itens pessoais”, relata.

Laís questiona a necessidade de tantos itens pedidos pelo colégio. “Eu quis colocar o Gabriel no colégio não para que ele já comece a estudar, porque na idade dele ainda não tem como. O objetivo é deixar ele no colégio no meu período de trabalho para que ele também possa conviver com outras crianças, se divertir e se adaptar ao local em que em breve ele vai estudar. Ainda não compreendo a utilização de todos os materiais, pois gastamos um valor muito alto pra uma criança que ainda nem tem habilidades pra fazer o manuseio”, indaga.

Além da mensalidade escolar, que em escolas particulares pode passar de R$ 1 mil, os pais precisam apertar ainda mais o orçamento para gastar com os recursos pedagógicos. A psicóloga Nara Gisele de Araújo trabalha com educação infantil em uma escola particular de Teresina. Ela explica que a educação de crianças com pouca idade é diferente das demais porque precisa estimular os sentidos.

“Um jovem quando lê um determinado tema e estuda, ele consegue absorver e entender do que se trata. Já uma criança de dois anos, no maternal, por exemplo, ao ensinar como regar plantas, precisamos demonstrar isso na prática com pá, luvas e todo um aparato que dê um estímulo sensorial a ela. Ensinar matemática com brincadeiras e jogos é muito mais eficiente ou ainda as letras com um alfabeto móvel”, esclarece.

Nara comenta que podem existir escolas que abusem na hora de solicitar os recursos pedagógicos. No entanto, ao montar a lista de itens para o ano, é feito um estudo prévio de atividades que serão desempenhadas com esses materiais. “As professoras têm uma bagagem e gabarito para solicitar e selecionar cada coisa, pois serão utilizadas e reutilizadas durante o ano letivo”, reitera. A psicóloga orienta que os pais fiquem atentos se a escola oferece uma linguagem especial para o desenvolvimento da criança e que acompanhem e participem desse processo.

“A rotina na educação infantil deve ser lúdica e diversificada. Jogos, histórias, brincadeiras, experiências, momentos livres, entre outras atividades, com foco no desenvolvimento do pensamento lógico e matemático, da comunicação, da expressão artística e do corpo, além de permitir conhecimentos sobre a natureza e a sociedade”, comenta Nara. Uma das coisas que também gera muitas dúvidas nos pais é a definição da idade mais adequada para colocar o filho no colégio.

A psicóloga Nara explica que essa questão depende da necessidade da família de não ter com quem deixar a criança ao sair para trabalhar. “Muitos pais já colocam os filhos com menos de dois anos na escola. Para preservar a saúde da criança, o ideal seria ela ingressar na escola entre 1,5 e 2,5 anos. É quando se tornam mais importantes ainda a interação com outras crianças, a diversidade de experiências e as relações sociais. Mas se o pai e a mãe trabalham fora, a antecipação desse prazo pode ser uma opção”, finaliza Nara de Araújo.

Foto: Elias Fontenele/ODIA
Por: Pedro Vitor Melo - Jornal O DIA
Mais sobre: