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Pacientes renais crônicos cobram logística na entrega de materiais de diálise

Nos últimos meses, 2 pacientes morreram no Piauí por conta de dificuldades de acesso a esse tipo de tratamento. Atualmente cerca de 100 pacientes dependem da diálise peritoneal e outros 50 aguardam para iniciar o tratamento

08/11/2016 06:50

Representantes da Associação dos Pacientes Renais Crônicos do Piauí (Aprepi) se reuniram ontem (07) com o secretário estadual de Saúde, Francisco Costa. O objetivo do encontro foi buscar um maior apoio aos pacientes que dependem da diálise peritoneal. Nos últimos meses, dois pacientes morreram no Estado por conta de dificuldades de acesso a esse tipo de tratamento.

Segundo o presidente da Aprepi, Luiz Gonzaga Moreira, atualmente cerca de 100 pacientes dependem da diálise peritoneal e outros 50 aguardam para iniciar o tratamento. Diferente da hemodiálise, que é feita exclusivamente em um hospital, a diálise peritoneal é feita na casa do paciente. O Estado fornece os equipamentos necessários, mas o impasse está na logística de levar o mate rial até a casa dos pacientes, pois alguns são moradores de cidades do interior.


Pacientes se reuniram com o secretário de Saúde (Foto: Moura Alves/O Dia)

“A principal dificuldade é em relação à entrega do material da diálise peritoneal na casa do paciente. Recebemos a informação, por parte da direção do Hospital Getúlio Vargas (HGV), que já existem materiais comprados para garantir o tratamento de mais pacientes, o que precisamos definir é a logística de entrega”, pontua o presidente da Aprepi.

De acordo com a nefrologista Celina Castelo Branco, coordenadora do setor de Nefrologia do HGV, as empresas que fornecem o material de diálise peritoneal se recusam a fazer a entrega na casa dos pacientes, o que acaba atrapalhando o tratamento, já que o Hospital não possui condições para realizar a entrega.

“A dificuldade é que esse paciente precisa fazer o tratamento fora do hospital, depois que ele tem alta. O material precisa ser entregue na casa do paciente e o hospital não tem esse sistema de transporte, essa logística para poder fazer isso, porque seria para atender o Estado inteiro e entregar esse material em todas as regiões. O que estamos propondo é que a Secretaria de Saúde atenda essa demanda”, pontua. Ainda de acordo com a nefrologista, em grande parte dos casos, a diálise peritoneal é a única alternativa para manter o paciente vivo.

“Quando ele só tem essa opção, é a única alternativa para mantê-lo vivo”, esclarece a médica, que também afirma que a demanda por esse tipo de tratamento é crescente no Piauí.

Solução

Após ouvir as demandas dos pacientes renais crônicos, o secretário de estadual de Saúde, Francisco Costa, informou que vai buscar o retorno da entrega do material de diálise peritoneal na casa dos pacientes. “Anteriormente, a empresa entregava na residência dos pacientes. O que vamos fazer agora é uma nova licitação para que o novo fornecedor atue nessa mesma logística, entregando na residência desse paciente ou, pelo menos, na regional mais próxima de onde ele resida”, garantiu o gestor.

Por: Natanael Souza - Jornal O Dia
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