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Paciente com doença rara recebe visita de equipe multidisciplinar todos os dias

Jovem do Maranhão teve um Acidente Vascular na Medula que, segundo a literatura médica, acomete uma pessoa a cada um milhão

24/09/2015 07:02

Em janeiro desse ano, um acontecimento marcou, para sempre, a vida do jovem A.O.L., de 18 anos. Natural de Araioses, no vizinho estado do Maranhão, ele foi acometido de uma doença rara, um Acidente Vascular na Medula que, segundo a literatura médica, acomete uma pessoa a cada um milhão. 

Por conta da lesão, os movimentos dos membros superiores e inferiores do jovem ficaram comprometidos. Além disso, as funções respiratórias foram prejudicadas, já que a medula é o órgão responsável pela condução de estímulos motores e sensitivos. 

A.O.L. foi atendido inicialmente em Parnaíba, mas, por conta da gravidade da situação, acabou sendo transferido para o Hospital Getúlio Vargas, em Teresina. Para tratar melhor o paciente, os médicos do HGV optaram pela utilização do Projeto Terapêutico Singular. O jovem recebe, todos os dias, a visita de uma equipe multiprofissional composta de médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos. 

Foto: Assis Fernandes/ ODIA

O coordenador da Clínica Médica do HGV, médico Jailson Matos, explica que, por se tratar de uma doença rara, a participação de uma equipe multiprofissional é fundamental para garantir os avanços na recuperação e uma melhor qualidade de vida para o paciente. “Por conta da doença, ele ficou com algumas sequelas neurológicas, que limitaram a capacidade motora e de respiração. Ele passou um bom tempo na Unidade de Terapia Intensiva, onde os profissionais garantiram a sobrevivência. Agora, precisamos evitar que ele não tenha complicações, como infecções”, comenta. 

Quando chegou ao Hospital Getúlio Vargas, há cerca de nove meses atrás, o jovem A.O.L. tinha perdido todos os movimentos por causa do acidente vascular na medula. Ao longo do tratamento, alguns avanços já começam a ser visualizados pela equipe médica que acompanha o caso. 

“A recuperação evoluiu muito nesses últimos meses. Por exemplo, ele já consegue realizar alguns movimentos de maneira independente. Também percebemos que ele já consegue respirar por alguns períodos sem o auxílio do respirador artificial” , avalia o médico Jailson Matos. 

O projeto 

A diretora geral do Hospital Getúlio Vargas, Clara Leal, explica que o Projeto Terapêutico Singular, é uma ferramenta que auxilia no tratamento de pacientes que necessitam de cuidados mais específicos. “É um plano específico que se faz para atendimento das necessidades de cada paciente. Existem particularidades e respostas orgânicas, que são individuais a cada tratamento”, comenta. 

Clara Leal explica que, no Projeto Terapêutico Singular, o paciente e os familiares têm uma participação determinante. “O plano é feito por uma equipe multidisciplinar, mas com a participação do próprio usuário e de sua família. Tudo é acordado e discutido com o próprio usuário”, explica. 

 Mãe larga tudo para acompanhar a recuperação do filho em Teresina 

 Para acompanhar o tratamento do filho, a agente comunitária de saúde, Maria de Deus, passou a morar, literalmente, no Hospital Getúlio Vargas. Ela comemora os avanços no tratamento do filho. “São nove meses morando aqui no Hospital com ele. Não tenho com quem revezar, porque a família mora longe. Acho que o pior já passou, ele já está bem melhor”, afirma. 

A expectativa da família e da equipe médica é que, em breve, o jovem A.O.L. possa continuar o tratamento mais próximo de sua cidade natal. Para isso, será necessário toda uma estrutura adequada para recebê-lo, o que, segundo a direção do HGV, seria viável na cidade Parnaíba. 

“O que eu mais quero no mundo é levar meu filho para casa. Se Deus quiser, isso vai dar certo. Ele vai precisar de toda uma estrutura, que eu não sei se o SUS vai disponibilizar”, pontua a mãe.

Por: Natanael Souza- Jornal O Dia
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