Com a proximidade do
período natalino, o fluxo
de consumidores, e consequentemente
de dinheiro,
aumenta no Centro de
Teresina. Isso faz crescer
também a quantidade de
pedintes. Sentados em
calçadas, encostados nas
paredes ou nos pontos
de ônibus, essas pessoas
pedem dinheiro alegando
que usarão o valor para
comprar um medicamento,
fazer uma cirurgia
ou ainda comprar alimentos.
O Centro de Referência
Especializado para População
de Rua, Centro Pop,
tem feito o acompanhamento
e monitoramento
dessas pessoas. Segundo
Carmen Célia Gomes,
coordenadora técnica do
Centro Pop, é notório que
há o aumento de pedintes
no período de final de
ano e que muitas delas,
às vezes, são pessoas de
outros estados que vêm
à Teresina em busca de
oportunidade de emprego
ou condições melhores de
vida.
“Às vezes, as pessoas
querem aproveitar esse
período para conseguir
um emprego temporário
e se deslocam de suas
cidades para cá, ou viceversa.
Algumas não conseguem
o emprego ou
acabam sendo assaltadas
na rodoviária, têm seu
dinheiro levado e precisam
pedir dinheiro par
se manter. Nós fazemos
esse acompanhamento
para tentar ajudar essas
pessoas”, disse Carmen
Célia.
Há casos também em
que os pedintes veem
neste período uma chance
de faturar um dinheiro
extra, apenas pedindo
esmola. A coordenadora do
Centro Pop enfatiza que as
pessoas devem evitar este
tipo de atitude, pois irá
incentivar ainda mais esta
prática. Ele recomenda
que as pessoas orientem
para que os pedintes busquem
seus direitos.
“Quando essas pessoas
pedem esmola, elas veem
que essa é uma forma
fácil de ganhar dinheiro
e acabam fazendo isso
sempre, perdendo sua
dignidade e, muitas vezes,
esquecendo, ou desconhecendo,
seus direitos. Os
agentes de proteção social
fazem o monitoramento
dessas pessoas todos os
dias da semana, para que
elas recebam orientações
e nos procurem para
que possam deixar de
viver nas ruas”, enfatiza
Carmen Célia.
Algumas pessoas se
incomodam bastante com
a presença dos pedintes.
É o caso da dona de casa
Rita Teresa Alencar. Ela
conta que costuma evitar
ir ao Centro de Teresina
nesse período do ano, pois
se sente amedrontada com
a presença dos pedintes
nas ruas. “A gente anda
e todo lugar tem alguém
pedindo dinheiro. E, se a
gente diz que não tem ou
não quer dar, eles olham
estranho para a gente,
achando ruim. Eu mesma
não costumo dar dinheiro”,
disse.
A dona de casa ainda
fala que isso também faz
aumentar a quantidade de
assaltos na região central,
principalmente porque
as pessoas costumam circular
com razoável valor
de dinheiro. “Como todo
mundo via ao Centro comprar
os presentes, sempre
anda com dinheiro, então
algumas pessoas também
aproveitam para se fazer
de pedinte, ficar observando
a gente passando e
depois vai lá nos roubar”,
finaliza Rita Teresa.