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Novo sistema de corredores gera dúvidas em usuários

Corredores trarão maior eficiência ao transporte público, reduzindo o tempo de viagem na cidade

22/08/2016 08:23

As obras dos terminais de embarque e desembarque têm previsão para serem entregues para a população no início de 2017. O projeto, que consiste na criação de corredores exclusivos para circulação dos ônibus e na construção de terminais localizados nos canteiros centrais das avenidas, deverá melhorar a eficiência do transporte coletivo e diminuir o tempo que atualmente o teresinense gasta para transitar no perímetro urbano da capital. 

Os terminais de embarque e desembarque e os corredores serão localizados nas avenidas Presidente Kennedy, João XXIII, Frei Serafim, Professor Wall Ferraz, Miguel Rosa, Henry Wall, Barão de Gurgueia, Rui Barbosa e Gil Martins. Apesar das campanhas de conscientização e informativas realizadas pela Prefeitura, a população ainda tem dúvidas de como funcionará o novo sistema, mas a expectativa é a de que até o início do funcionamento total dos terminais, tudo seja esclarecido.

A aposentada Maria Luiza Vieira, declara que para quem é usuário de ônibus ainda não está claro como os terminais funcionarão, e acredita que o novo modelo pode vir a piorar a situação do acesso ao transporte coletivo na capital. “Pra mim ainda não ficou claro qual é o objetivo dessas paradas novas. Eu me pergunto porque e pra quê serve isso, como é que a gente vem no ônibus e desce aí, e como faz pra atravessar para o outro lado, porque aqui na Miguel Rosa o tráfego de carros é muito grande”, aponta.

De acordo com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), responsável pela execução do projeto, com os novos terminais haverá uma mudança nas faixas exclusivas para ônibus, que atualmente circulam na faixa da direita, próximo à calçada. Com a mudança, os ônibus terão um corredor exclusivo circular na faixa junto ao canteiro central, onde as estações de embarque e desembarque estão sendo construídas.

A diretora de Transportes Públicos da Strans, Cíntia Machado, afirma que estão sendo tomadas todas as medidas para reduzir os transtornos de quem trafega pelas avenidas em que estão sendo construídos os terminais.

“As obras estão sendo sinalizadas de acordo com as normas vigentes e estão sendo asfaltados os laços de quadra como nova rota. Esses corredores trarão maior eficiência ao transporte público, reduzindo o tempo de viagem, menor espera nas estações, e disponibilizando estações de embarque desembarque de maior qualidade.”, explica.

As obras dos terminais deverão ser finalizadas somente em 2017 (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Moradores temem acidentes

Uma das estações está localizada no Bairro Nossa Senhora das Graças, na Avenida Miguel Rosa, próximo à Igreja conhecida como “Capelinha de Palha”. Os moradores do local afirmam que temem que a construção do terminal possa aumentar o índice de atropelamentos. “É muito comum a gente ver casos de atropelamento, já fizemos abaixo assinado e nada se resolve, até o padre já foi atropelado tentando atravessar a avenida. Eu acho que essa obra não está certa, porque além disso está causando muito transtorno pro trânsito e para o pedestre. É a maior dificuldade para atravessar para o outro lado, principalmente pra quem é deficiente físico. Como é que o pedestre vai atravessar? Porque esses motoristas não respeitam ninguém”, afirma o aposentado Francisco Vieira da Silva, que mora no local há 18 anos.

Para o motoboy Vinícius Ribeiro, os terminais vão melhorar o acesso ao transporte coletivo em Teresina, mas a estrutura oferece um perigo para os motociclistas. “Eu acho que de certa forma essas obras estão causando transtornos para nós que somos motociclistas. Esse acesso que estão construindo para os ônibus que é muito elevado, eu acho que pode vir a causar acidentes, como quase aconteceu comigo: eu estava saindo da loja que trabalho e quase me acidentava. Só não me acidentei porque estava de moto e é mais fácil para desviar do que um carro”, afirma.

Para o motoboy, o projeto tem tudo para dar certo, mas depende da conscientização dos motoristas em respeitar os espaços destinados ao tráfego de ônibus e as faixas de pedestres.

Por: Nathalia Amaral - Jornal O Dia
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