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MPF denuncia oito pessoas por desvio de recursos de prefeituras

Quadrilha assaltava cofres públicos há pelo menos quatro anos e atuava em 34 municípios piauienses.

22/10/2015 16:34

Ministério Público Federal no Piauí (MPF/PI) denunciou mais oito pessoas acusadas de integrar a organização criminosa alvo da Operação Geleira, deflagrada em janeiro de 2011 pela Polícia Federal, e que resultou na prisão de prefeitos, empresários e gestores públicos de municípios piauienses.

Os envolvidos foram denunciadas por apropriação ou desvio de recursos públicos, associação criminosa e falsidade ideológica. Segundo o MPF, eles integravam o núcleo de articuladores e de empresários flagrados pela Polícia Federal durante a Operação Geleira.

A quadrilha era especializada em usar notas fiscais frias para roubar recursos federais, estaduais e municipais que deveriam ser aplicados na saúde e na educação.

Os denunciados na nova ação do MPF são Gianmarko Alecksander Cardoso Beserra (empresário); Jorge Araújo Costa (comerciante); Arnaldo Araújo Pereira da Costa (professor); Adão Lira Leal (professor); Antonia Nonata da Costa (comerciante); Glauber da Costa Miranda (contador); Reginaldo Gomes dos Santos (autônomo) e Eliane Araújo Cardoso (comerciante).

Recentemente, o MPF já havia denunciado os prefeitos de Amarante, Luiz Neto Alves de Sousa; de Conceição de Canindé, Adriano Veloso dos Passos; e de Simões, Francisco Dogizete Pereira. 

Ainda no rol de denunciados estão Edilberto Abdias de Carvalho, ex-prefeito de Simões; e Miguel Antônio Braga Neto, ex-prefeito de Fartura do Piauí.

A Operação Geleira foi deflagrada no dia 19 de janeiro de 2011, culminando no cumprimento de 84 mandados de busca e apreensão e de 32 mandados de prisão temporária. Na ocasião, sete prefeitos e um ex-prefeito foram presos.

As investigações da Polícia Federal identificaram a existência de uma quadrilha especializada em desviar recursos públicos das prefeituras municipais do Piauí. Para isso, o grupo criminoso recorria a empresas inexistentes (fantasmas), que emitiam notas fiscais inidôneas (“frias”, “calçadas” e superfaturas), as quais eram utilizadas para justificar, junto aos órgãos de controle, a aplicação dos recursos roubados.

O inquérito inicial da PF tinha o objetivo de apurar crimes cometidos no município de Ribeira do Piauí pelo grupo do ex-prefeito Jorge de Araújo Costa. 

Durante as investigações, a Polícia Federal descobriu que, além do município de Ribeira do Piauí, a organização criminosa atuava também nas cidades de Uruçuí, Elizeu Martins, Porto, Caracol, Miguel Leão, Várzea Banca, Landri Sales, Betânia do Piauí, Curralinhos, Guadalupe, Coronel José Dias, Oeiras, Joaquim Pires, Novo Santo Antônio, Pau D´arco do Piauí, Fartura do Piauí, Bertolínea, Boa Hora, Conceição do Canindé, Bom Princípio do Piauí, Hugo Napoleão, São Gonçalo do Gurgueia, Campo Largo do Piauí, Pajeú do Piauí, Simões, Nova Santa Rita, São Lourenço do Piauí, Parnaguá, São Raimundo Nonato, Amarante, Dirceu Arcoverde e São Miguel da Baixa Grande.

No curso das investigações, foram identificados três núcleos distintos interligados, cada um com atribuição própria no esquema criminoso. O primeiro núcleo era responsável pela gestão do esquema. O segundo núcleo era composto pelos articuladores, e o terceiro era integrado pelos empresários. 

A PF apurou que a quadrilha assaltou os cofres públicos por pelo menos quatro anos. Conforme as investigações, os articuladores e os empresários agiam em diversos municípios simultaneamente. Já o núcleo político variava de um município para o outro.

Por: Cícero Portela - Jornal O Dia
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