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MP publica nota de repúdio à festa que propõe a degradação de mulheres

As Promotorias já estão tomando as medidas administrativas e judiciais cabíveis para coibir essa atividade.

28/10/2015 09:20

O  Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid) vem manifestar publicamente seu mais profundo repúdio à festa “Pagode da Calcinha”, que incita a exploração da figura feminina e coloca a mulher como mero objeto sexual, uma concepção formulada por uma sociedade que permanece estruturalmente machista. O evento foi marcado para esta quinta-feira (29/10/2015), na casa de show “Subindo ao Céu”.
Tal festa, que lança a famigerada disputa “a gata que tirar a calcinha no palco ganha R$ 100”, está na contramão de todas as estratégias de prevenção à violência contra a mulher, pois reforça o sexismo e o machismo exacerbado existentes na sociedade brasileira, que ainda preserva características patriarcais. 
A busca pela efetivação dos direitos humanos das mulheres tem como imperativo o enfrentamento a todas as manifestações que legitimam, naturalizam ou justificam a violência de gênero. Assim, incitar a ‘coisificação’ da mulher é um desrespeito incalculável e transmite a toda a sociedade que a mulher não é sujeito de direitos, mas sim um objeto que existe para satisfazer as vontades masculinas. Oportuno lembrar a Convenção de Belém do Pará, que em seu artigo 6Ëš indica que “é direito de toda mulher ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento e costumes sociais e culturais baseados em conceitos de inferioridade e subordinação”. O Nupevid entende que atividades como as que são promovidas pela casa de show em questão vão de encontro a esses princípios, na medida em que representam um desvalor à figura da mulher.
Ressalta-se, pois, que o enfrentamento a todo tipo de violência contra a mulher é uma pauta fundamental para a construção de relações sociais mais justas e igualitárias. Dessa forma, reforçamos nosso total repúdio a tais mensagens e reafirmamos o compromisso com o respeito aos direitos humanos das mulheres, espelhado nos projetos desenvolvidos pelo Nupevid e na luta diária pelo reconhecimento da mulher como ser de direitos, no fim das relações de opressão existentes na sociedade e no enfrentamento à violência. 
As Promotorias de Justiça do Núcleo de Defesa da Mulher Vítima de Violência, em parceria com outros órgãos e entidades, já estão tomando as medidas administrativas e judiciais cabíveis para coibir essa atividade degradante e, sobretudo, preconceituosa.

Fonte: Ascom/MP
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