Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Mortes por Covid-19 no Piauí podem subir 49% em dois meses, alerta pesquisa

As projeções da Universidade de Washington feitas em parceria com a UFPI apontam que, no cenário mais otimista, o Estado pode atingir 4.763 mortes pela doença até junho.

02/03/2021 16:13

O Piauí, que até a tarde desta terça-feira (2) contabilizava 3.365 mortes pelo novo coronavírus (Covid-19) de acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), pode ter um aumento de 49% nos óbitos em decorrência da doença nos próximos dois meses, é o que alerta a nota técnica de um estudo da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em parceria com outras instituições de pesquisa.

Além de apontar para um aumento da média móvel de óbitos e novos casos de contaminação pelo vírus, o estudo, que leva em conta as projeções do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington, revela que o estado pode atingir 4.763 vítimas fatais até o dia 1° de junho mas, caso 95% da população não respeite o uso adequado de máscaras e sem a adoção de medidas restritivas, este número pode chegar a 5.014 mortes.

(Fonte: Reprodução/IHME)

Neste contexto, a pesquisa aponta que, de acordo com o atual ritmo da cobertura vacinal e sem a adoção de novas estratégias para conter o avanço da pandemia, o Piauí pode atingir um pico médio acima de 23 mortes diárias no mês de maio e, na pior das hipóteses, ultrapassar os 31 óbitos em média. “Em conjunto, os dados indicam um momento crítico da pandemia da Covid19 no Brasil e no estado do Piauí, com reduzida capacidade de testagem (RT-PCR e antígeno), possível aumento no número de subnotificações de casos, redução da capacidade do sistema hospitalar de saúde e com projeções para os próximos meses que implicam urgência na tomada de medidas que reduzam efetivamente a transmissão do vírus”, reforça o estudo.

(Fonte: Reprodução/IHME)

Piauí tem mais internações que aumento de casos

A Universidade Federal do Piauí, em sua nota técnica atualizada a respeito da situação da covid-19 no estado, chegou a uma conclusão curiosa: o Piauí tem mais internações que aumento de casos por conta da doença. A situação levantou um questionamento por parte dos pesquisadores: o Covid está mais grave ou houve diminuição de testes no Estado?

Para chegar a esta conclusão, o estudo considerou a taxa de internação por covid-19, a taxa de capacidade de testagem e a taxa média móvel por cada grupo de 100 mil habitantes. Esses indicadores foram calculados considerando também a população do estado. Verificou-se que, após reduções ao longo de 2020 após a primeira onda da pandemia, as taxas de internação e da média móvel de casos têm aumentado consideravelmente. Mas que após a primeira semana de fevereiro, a taxa de hospitalização tem sido maior inclusive que a taxa média móvel de casos.

(Foto: Divulgação/Sesapi)

O estudo chama a atenção para a baixa testagem da população no Piauí, sobretudo após a presença de variantes do coronavírus circulando pelo país e pelo mundo.  Observando-se a série histórica da taxa de testes positivos pra covid-19 pelo exame RT-PCR (padrão-ouro de testagem), verifica-se que, após o pico no início de julho do ano passado (55,11%), houve uma redução gradual e constante até o início do mês de agosto (33,62%). A partir daí, essa velocidade de queda foi interrompida, o que coincidiu com o primeiro momento de flexibilização e reabertura das atividades econômicas no Piauí.

Em meados de novembro, houve uma nova redução da taxa de testes positivos, alcançando um percentual de 15% e se mantendo assim pelas três semanas seguintes, até voltar a aumentar a partir de 21 de dezembro. Na última semana epidemiológica de 2020, a taxa de testes positivos de covid-19 no Piauí era de 30%. Já neste mês de fevereiro, ela caiu para menos de 20%, enquanto que a taxa de hospitalização pela covid-19 subiu para 21%.

O estudo alerta para a necessidade de se aumentar a capacidade de testagem por RT-PCR como uma forma de resposta mais célere à pandemia, permitindo o rastreio e isolamento de pessoas contaminadas.

Mais sobre: