Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Moradores denunciam constantes assaltos na praça do bairro Poti Velho

Os relatos são de roubos de celulares e até de motocicletas. Contudo, a população evita denunciar os casos, pois tem medo de represálias.

29/05/2015 07:31

Os moradores do Poti Velho, na zona Norte de Teresina, reclamam da insegurança na praça principal do bairro, onde fica localizada a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, templo católico mais antigo de Teresina. As denúncias são de usuários de drogas concentrados na praça e os constantes assaltos na área.

Ao redor da praça, estão diversos comércios, como supermercados e padarias. E a população relata sua preocupação e indignação com a situação em que se encontra o local. “Todos os dias, a gente vê os usuários [de drogas]; a polícia vem, faz averiguação com esses menores que ficam na praça, mas isso se repete todo dia. Pelo que a gente percebe, eles até vendem drogas. O pessoal sai do colégio [estudantes] e fica na praça, se misturam com eles, e fica o siribolo tanto do pessoal de farda quanto os sem farda”, conta Francinaldo Leão, gerente de uma concessionária de veículos que atua na região há 6 meses.

Segundo ele, os assaltos também são frequentes. “Praticamente todo dia tem assalto, é rotineiro. As praças foram feitas justamente para as famílias aproveitarem com seus filhos, mas hoje não vemos nenhuma família, a violência é tão grande que ninguém tem coragem. Parece que hoje as famílias não conseguem segurar os jovens nas escolas, nem em casa como antigamente e eles ficam soltos por aí, cometendo delitos. Até porque, está banalizado, eles não respeitam mais, visto que prende hoje e duas horas depois são soltos. E quem é assaltado não pode nem denunciar, porque quando ele for solto pode vir atrás de você”, completa Francinaldo Leão.

Foto: Assis Fernandes/O Dia


Estudantes também são alvo da ação dos criminosos

Constância Carolina mora no bairro desde que nasceu e trabalha em um supermercado ao lado da praça há um ano. Ela conta que já aconteceram vários casos de assaltos na praça, incluindo a tentativa de roubo da moto pertencente ao dono da padaria localizada em frente à praça. Ela conta que ele reagiu e assim conseguiu inibir a ação. Contudo, nem todas as pessoas conseguem o mesmo feito. “Essa semana, roubaram os celulares de várias estudantes que estavam na praça, foi um arrastão. E, semana passada, furtaram uma moto na esquina”, conta.

De acordo com Constância, o policiamento está sempre ativo, mas isto não inibe a presença dos usuários de drogas. “De uns quatro anos para cá, tem ficado perigoso, antes era super tranquilo, não havia perigo nenhum, tinha os festejos da igreja, tanto que hoje nem tem mais o festejo como antes, justamente por causa do perigo. Quem é que vai trazer seus filhos para passear em uma praça com esses usuários de drogas fumando aí? As crianças até querem vir, mas não podem. Se bem que o fluxo da ronda da Polícia Militar aumentou bastante, eles ficam passando direto e, quando eles passam, param e fazem revista. Mas depois, volta a mesma coisa”, declara.

Já alguns moradores consideram o bairro tranquilo e atribuem o problema ocorrido na praça a uma onda de violência que assola toda a cidade, e que hoje já está melhorando. É o que pensa Manoel Francisco, proprietário de um quiosque na praça há 28 anos. Ele conta que já viveu épocas muito difíceis, em que pensou em desistir do negócio, mas que, hoje, apesar de ainda existir, é menos frequente.

“Não podemos tirar o mérito, pois a polícia tem trabalhado muito. Eu considero hoje o bairro tranquilo, bom de viver. Às vezes, a imagem fica manchada porque vem uns bandidos de fora e se matam aqui, mas o nosso bairro mesmo é calmo. Deveria ser muito melhor, já que aqui foi onde tudo começou. Por isso, temos a esperança de que isso vai melhorar”, declara Manoel.

Por: Ana Paula Diniz - Jornal O Dia
Mais sobre: