“Estava andando de skate com uns amigos quando faltou energia. Apesar de estarmos em grupo, dois homens em uma moto se aproximaram, anunciaram o assalto, e levaram os nossos celulares. Depois desse dia, eu não venho mais ao Parque durante a noite”, relata. 

Para Mateus, o policiamento na região do Parque Lagoas do Norte é insuficiente, o que acaba facilitando a ação dos assaltantes que, segundo ele, abordam as pessoas até mesmo durante o dia. “É raro você ver um policial passando por aqui. A maioria das vezes eles fazem a ronda dentro do carro e nem descem para conferir como está a segurança”, afirma. 

Mikaele de Almeida é outra vítima de assalto no Parque Lagoas do Norte. Ela conta que foi abordada por um assaltante enquanto conversava com um amigo em um dos bancos do Parque. O objeto do roubo é comum em todos os casos: o celular. 

“Estava sentada, conversando com um amigo, por volta de oito da noite, quando fomos abordados por um homem, que levou nossos celulares. O que me chamou atenção nesse dia é que não havia nenhuma viatura. Ligamos para o 190, mas a demora foi tanta que resolvemos ir para casa”, conta a jovem. 

Foto: Elias Fontenele/ ODIA

Apesar da insegurança, algumas pessoas ainda utilizam o Parque Lagoas do Norte para momentos de lazer. É o caso de Francisco José, que aproveita o período de férias para empinar pipa com os filhos na área do Lagoas do Norte. Ele avalia que os assaltos acontecem porque o Parque é localizado em uma região de intenso tráfico de drogas. 

“Depois das sete da noite você não pode andar por aqui, porque se tiver com celular, ou qualquer objeto de valor, eles assaltam. Tenho muitos amigos que têm vontade de fazer caminhada e outras atividades físicas aqui no Parque, mas não tem coragem por conta da falta de segurança”, afirma Francisco José. 

Reforço 

O gerente do Parque Lagoas do Norte, Jorgenei Moraes, reconhece a deficiência da segurança no local. Segundo ele, um planejamento está sendo realizado em conjunto com outros órgãos para tentar amenizar a situação, e fazer com que as pessoas voltem a frequentar o espaço. 

“É um Parque que é aberto e muito grande, nós não podemos cercá-lo. O nosso objetivo é trabalhar com a comunidade, com apoio da Polícia Militar, para garantir a segurança de quem frequenta o espaço. Vamos trazer para cá, em caráter experimental, o projeto Crack é Possível Vencer, um projeto nacional, que vem dando resultados positivos em outras áreas do Brasil”, afirma. 

O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento da área, coronel Vicente Carlos, afirma que as rondas ostensivas são constantes na região do Parque e que câmeras de vigilância vão ser instaladas para reforçar a segurança. 

“O que acontece é que essa área é caraterizada pelo grande número de usuários de drogas, o que acaba intimidando a população. O nosso policiamento é presente e qualquer pessoa que se sentir lesada pode acionar as nossas viaturas. Além disso, para melhorar as condições, estamos concluindo a instalação de 20 câmeras de monitoramento, elas estão em fase de testes, e devem começar a ser utilizadas nas próximas semanas”, garante.