Durante o período chuvoso, as famílias que m o r a m em áreas de risco ficam bastante temerosas com possíveis desabamentos e deslizamentos de terra. As casas mais afetadas, em geral, são aquelas próximas a barrancos ou rios e lagoas. Semana passada, parte de uma casa localizada na Vila da Paz, zona Sul de Teresina, desabou, assustando a família e vizinhos.

Outros imóveis na região também estão concentrados nessa área de risco, deixando a Defesa Civil em alerta. Até o dia 14 de fevereiro, 35 famílias estavam desabrigadas em decorrências das fortes chuvas; a grande maioria na região Sul e no Povoado Taboca do Pau Ferrado, onde pelo menos 20 famílias tiveram suas casas alagadas.

Quem reside perto de um barranco conta temer que a terra ceda e a casa desabe. É o que afirma a dona de casa Paula Araújo, desempregada, mãe de quatro filhos e moradora da Vila da Paz há quatro anos. Ela relata que seu imóvel fica localizado próximo ao grotão da Vila da Paz e que, em dias chuvosos, ela teme pelo pior.

^{Vila da Paz é uma das regiões da cidade de perigo iminente (Foto: Moura Alves/O Dia)}

“Quando chove, fica tudo úmido, o chão, as paredes, a água da rua escorre e passa ao lado da minha casa, levando tudo que vê pela frente. Eu fico com medo de que aconteça alguma coisa, até porque, no quintal do vizinho, têm algumas mangueiras e elas balançam muito; então, eu tenho medo delas desabarem em cima da casa”, explica.

A dona de casa conta ainda que, durante a chuva, ela e os filhos ficam nos cômodos instalados na parte da frente do imóvel, onde o solo é mais firme. Isto porque a parte em que fica localizada a cozinha é rebaixada e apresenta algumas rachaduras. Com a casa feita de tijolos e material simples, Paula Araújo desabafa ao dizer que teme pela segurança da família.

“A gente fica aqui na sala e no quarto da frente, que é um pouco mais seguro, porque o restante da casa está com rachaduras e bastante úmida. E também porque a chuva molha as paredes e dentro de casa mesmo, então elas podem até cair, porque é só de tijolo e não é rebocada”, pontua a moradora enquanto mostra o grotão que fica atrás do seu imóvel.

Por: Isabela Lopes - Jornal O Dia