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Moradores da Avenida Boa Esperança resistem à desapropriação dos imóveis

Via deve ser duplicada, mas cerca de 1.800 famílias têm que deixar suas casas para que as obras aconteçam.

06/02/2016 10:31

Resistência. Essa ainda é a palavra de ordem dos moradores da Avenida Boa Esperança, na zona Norte de Teresina. A segunda fase do projeto Lagoas do Norte prevê a duplicação da via, mas para que as obras aconteçam, cerca de 1.800 famílias têm que deixar suas casas. O impasse já dura mais de um ano e os moradores não pretendem sair do local.

Moradores colocaram cartazes para protestar contra desapropriação (Foto: Assis Fernandes / Jornal O DIA)

Alguns moradores residem no entorno da avenida há mais de quadro décadas e nutrem a esperança de continuar vivendo no local, onde criaram os filhos e construíram a tão sonhada casa própria. Ao longo da via, cartazes afixados nos muros das casas anunciam a resistência dos moradores.

“Eu vim pra cá ainda novinha, criei meus filhos aqui e não pretendo sair”. O relato é de Maria do Socorro Nunes, que reside desde a década de 70 na Avenida Boa Esperança. A possibilidade de remoção dos moradores resultou em um sentimento de insegurança na dona de casa, que teme perder o maior patrimônio que construiu ao longo da vida - a sua casa. 

“Não estamos querendo sair de forma alguma, porque é muito triste. Em primeiro lugar, já temos a nossa moradia fixa aqui, já temos o nosso quintal, o nosso plantio. Temos uma vida inteira construída aqui nesse local. Minha casa é grande, espaçosa. Querem jogar a gente para um lugar pior do que onde a gente vive”, desabafa.

Uma das justificativas apresentadas para a retirada dos moradores da Avenida Boa Esperança é que a proximidade do local com as lagoas torna as casas vulneráveis a alagamentos, o que é questionado pelos moradores. “Existem tantos lugares alagados, que eles não estão nem preocupados, e nós, que não estamos nada alagados, podemos ser tirados daqui. Mesmo se duplicarem a avenida ainda poderíamos continuar morando aqui, porque os terrenos são grandes”, argumenta Maria do Socorro Nunes. 

Confira a íntegra desta reportagem no caderno 'Em Dia' da edição deste sábado do Jornal O DIA.

Por: Natanael Souza e Virgiane Passos
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