Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Moradores cobram calçamento em rua intrafegável no bairro Angelim

População relata que problema em trecho na Rua João de Deus Martins os impede de ter acesso a serviços básicos, como a coleta de lixo

20/01/2017 08:01

Os moradores da Rua João de Deus Martins, também conhecida com Rua D, no bairro Angelim, zona Sul de Teresina, enfrentam dificuldades para trafegar há mais de 30 anos. A via é praticamente toda pavimentada, mas em um trecho, de aproximadamente 200 metros, os moradores ainda convivem com a lama e os riscos causados pela situação. De acordo com os relatos, acidentes são frequentes nesse trecho, principalmente em dias chuvosos, quando a lama forma uma forte correnteza. 

Lama se acumula no trecho e, quando chove, forma forte correnteza (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

“Aqui nesse trecho fica um verdadeiro mar de água, não tem como ninguém passar. Quem passa é pedindo pra cair. Como não tem cal- çamento, não tem para onde a água escoar direito e fica nessa situação”, relata a moradora Neusa Moreira, que, para tentar amenizar os riscos, construiu sua casa um nível mais alto que o da rua. 
Quem mora no trecho sem pavimentação da rua fica sem acesso a serviços básicos como coleta de lixo. Ambulâncias e viaturas da Polícia Militar também não conseguem trafegar pelo local. “Uma vez eu passei mal em casa e tive que ser levada para ambulância nos braços de outra pessoa”, lembra Neusa Moreira. 
Outra moradora prejudicada com a situação é Francileuda de Oliveira. Por conta dos alagamentos, constantes na rua, a casa onde ela morava com dois filhos e um neto acabou desabando. Dois anos  após o episódio, a moradora ainda luta para reerguer o imóvel. “Isso só aconteceu porque, aqui nesse pedaço de rua, a gente fica com a água dentro de casa, quando chove. O certo era já terem colocado esse calçamento”, reclama Francileuda, que mora há quase 20 anos no Angelim. 
De acordo com os moradores, a pavimentação do trecho é uma cobrança antiga. Eles afirmam que técnicos da Prefeitura de Teresina já foram ao local fazer medições, mas até o momento nenhum trabalho foi iniciado. “Essa é uma reclamação antiga, que já foi feita várias vezes, através da imprensa. Eles (Prefeitura) sempre vêm aqui, mas nunca fazem a obra”, reclama o morador José Itamar. 
Contraponto 
Procurada pela reportagem, a SDU/Sul informou que o calçamento do trecho da Rua João de Deus Martins está na programação de obras que vão ser executadas no bairro Angelim até o segundo semestre deste ano. “Atualmente, a Prefeitura está pavimentando cerca de 50 ruas na região do Angelim. Estão sendo investidos cerca de R$ 5 milhões, em recursos do Governo Federal, através do PAC, com contrapartida da Prefeitura de Teresina. Neste momento, podemos dizer que a obra tem mais de 26% do seu total já realizado e a previsão de conclusão é até o início do segundo semestre deste ano”, destacou o gerente de obras da SDU/Sul, Isaac Meneses.
Pavimentação é associada a ‘Sonrisal’ pela população 
Nas ruas do bairro Angelim, em que a pavimentação já foi colocada, a reclamação diz respeito à qualidade do serviço. Na Rua F, por exemplo, as pedras começaram a se soltar poucos meses após a conclusão da obra. Por conta da situação, os moradores apelidaram o calçamento de “Sonrisal”, uma alusão ao fato de que, assim como o remédio, o calçamento também dissolve quando é colocado perto da água. 

Pedras do calçamento se soltam e população critica qualidade (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

“É só começar o período chuvoso que as pedras do calçamento começam a se soltar. Fazem o serviço mal feito e quem fica prejudicado é a população”, reclama um dos moradores, ao pontuar os prejuízos e os riscos causados pela má qualidade do calçamento. 
Sobre essa reclamação, a SDU/Sul, através de seu gerente de obras, disse que vai solicitar à empresa responsável o reparo da situação. “Sobre os problemas apresentados em algumas ruas, vale lembrar que existe uma garantia dos serviços executados e a empresa responsável vai recuperar todos os danos, deixando as ruas exatamente como consta no projeto inicial. Isso sem nenhum custo a mais para a Prefeitura”, destacou.
Edição: Virgiane Passos
Por: Natanael Souza
Mais sobre: