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Misses do Piauí fazem representação conjunta contra fraude no concurso

Além disso, representação sobre injuria racial contra miss Esperantina também deve ser investigada. Suspeita de que resultado do Miss Piauí foi previamente combinado indignou candidatas;

23/09/2016 12:01

Cinco candidatas ao Miss Piauí se uniram para irão protocolar junto ao Ministério Público uma representação pelo crime de estelionato contra os organizadores do concurso Miss Piauí. as candidatas estiveram hoje na sede do Ministério Público Estadual, no Centro de Teresina. A miss Esperantina, Kayra Nascimento, ainda entrará com representação pelo crime de injúria racial.

Héryka Nobre, Loysa Vasconcelos e Kayra Nascimento (Foto: Andrê Nascimento/ O Dia)

As candidatas decidiram entrar com a ação após divulgação de um áudio em que um dos organizadores do concurso oferece vantagens a uma das candidatas, afirmando que alguns dos jurados seguiriam suas orientações no momento da atribuição das notas. Além disso, o promotor do concurso também sugere à interlocutora que elogie outras candidatas “para não levantar suspeitas. Menos a ‘negrinha’”.

As misses Kayra Nascimento (Esperantina), Héryka Nobre (Monsenhor Gil), Loysa Vasconcelos (Novo Oriente), Melissa Albuquerque (Parnaíba) e Danielly Braga (Luís Correia) assinaram juntas a representação contra o crime de estelionato. A advogada Laís Marques explica que o Ministério Público e a Polícia Civil irão investigar. “Se eles constatarem que alguém especificamente tentou fraudar ou realmente fraudou o concurso, pode receber pena de estelionato, que é reclusão de um a cinco anos e multa”, disse

A advogada ainda comenta que há chances de o concurso ser prejudicado ou até mesmo cancelado por conta da ação. "Acredito que, se constatarem realmente que houve fraude no concurso, há chance sim do concurso ser prejudicado, mas depende muito do regulamento do concurso e da posição do Ministério Público nesse sentido", disse Laís Marques.

Injúria Racial

Além da representação conjunta por estelionato, Kayra Nascimento, a Miss Esperantina assinou sozinha uma representação por injúria racial, pelo fato de ela ser chamada de “negrinha” de forma pejorativa no áudio vazado.


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Kayra se disse indignada com a situação da injúria racial sofrida por ela. “Para mim é uma indignação, por que era para ser um concurso que avaliasse a beleza, e a inteligência. Não está entre os critérios a cor da pele”, argumenta.

Ela afirma que não esperava sofrer preconceito dentro do concurso. “Isso só veio a tona com o áudio, por que no decorrer do concurso eu só recebi elogios”, conta.

Fraude

A miss Novo Oriente, Loysa Vasconcelos, disse que as candidatas e suas famílias ficaram indignadas com o conteúdo do áudio. “Foi uma coisa horrível para a gente. Fizemos um grande investimento, nos preparamos muito. Está nítido que o concurso não é uma coisa organizada, limpa”, disse. Ela comenta que gostaria de participar novamente do concurso, mas não com a atual coordenação. “Por que se essa coordenação continuar, a sujeira vai continuar também, e não adianta estar mais preparada, ter o melhor corpo, a melhor passarela, por que eles escolhem quem eles querem, os jurados já têm a nota que vão dar para cada menina antes do concurso”.

Loysa ainda afirmou que existe um esforço para que outras candidatas não participem da representação contra o concurso. “O mais indignante é uma coordenadora, que não vou dizer o nome, que fica ligando para cada candidata pedindo para as meninas calarem a boca, por que se não, não vão ter outra oportunidade de participar. Eu me pergunto: elas vão calar a boca para participar e novo de uma palhaçada?”, denunciou a miss Novo Oriente.

Héryka Nobre, Miss Monsenhor Gil, comentou que imaginava que poderia haver problemas no concurso, por já terem ocorrido casos semelhantes em outros estados. “Só que a gente não imaginava que ia ser tão grande assim. Só depois que a gente entra é que vai ver que o concurso não é como a gente pensa, não é como todo mundo pensa”.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento
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