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Ministério da Saúde incorpora novo medicamento para pacientes com microcefalia

Levetiracetam reduz número de convulsões e ameniza as reações adversas. Insumo estará em até 180 dias no SUS.

05/09/2017 11:19

O Ministério da Saúde incorporou nesta segunda-feira (4) um novo medicamento para o controle de convulsões em pacientes com microcefalia.

O levetiracetam, que já é utilizado em países como Canadá e Escócia, apresentou evidências clínicas satisfatórias, como a redução no número de convulsões em usuários pediátricos com a doença e menor reação adversa. A nova aquisição estará disponível aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em até 180 dias.

Desde 2015, já foram diagnosticadas no Piauí 112 crianças com microcefalia ou malformações congênitas (Foto: Sumaia Villela / Agência Brasil)

Segundo o Ministério da Saúde, até 2022 serão investidos mais de R$ 1,6 milhão para melhorar a qualidade de vida dessa população. 

Atualmente, o SUS já oferta medicamentos anticonvulsivantes, como o carbamazepina e o ácido valpróico, para auxiliar no tratamento da microcefalia. Desde o início das investigações da epidemia, em outubro de 2015, 2.869 casos de microcefalia foram confirmados no Brasil.

“O Ministério da Saúde passa a ofertar um dos medicamentos mais modernos no mundo para o tratamento de crianças com microcefalia. Esse é mais um importante passo que damos na melhoria da qualidade de vida e na ampliação da assistência, no âmbito da saúde pública, para essas crianças e seus familiares”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Além disso, a pasta tem reforçado as ações no âmbito da Atenção Básica, ofertando capacitações aos profissionais e realizando videoconferências com os estados para assegurar o apoio necessário no tratamento dos pacientes. Para apoiar os gestores locais, o Ministério da Saúde, além de ter repassado um total de R$ 14,5 milhões como incentivos aos estados para execução da Estratégia de Ação Rápida, também habilitou 63 Centros Especializados de Reabilitação e 51 equipes de Núcleos de Apoio à Saúde da Família, no valor de mais de R$ 131 milhões anuais, priorizando as regiões com maior número de casos e vazios assistenciais.

Desde a declaração de emergência em saúde pública, foram credenciados 60 centros especializados em reabilitação (CER) – um incremento de mais de 50%, atualmente são 186 CERS. Também foram habilitadas nove oficinas ortopédicas e 51 novas equipes de apoio ao Saúde da Família. O investimento anual nos novos serviços é na ordem de R$ 133,58 milhões/ano.

Além dos CER, o SUS conta ainda com mais 1.541 serviços de reabilitação que atuam em estimulação precoce e reabilitação dos bebês, um total de 4.375 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), que apoiam o atendimento da estimulação precoce, e 2.355 Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), que atendem as famílias das crianças.

Incorporação - Para a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS), é necessária a apresentação de estudos à Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias ao SUS (Conitec), que podem ser oriundos de empresas, organismos da sociedade civil e instituições participantes do SUS. Esses estudos exigem expertise, porém não são demorados nem caros. Assim se estabelecerá por meio do método científico e com transparência quais os benefícios que se pode esperar de uma nova tecnologia, os novos riscos que poderá trazer aos pacientes e a que custo para o SUS.

Microcefalia - Este ano (até 19 de julho) foram confirmados 457 casos de notificações em fetos, recém-nascidos e crianças com alterações no crescimento e desenvolvimento, possivelmente relacionadas à infecção pelo vírus zika e por outras etiologias infecciosas. Permanecem em investigação 2.968 casos notificados neste ano.

Desde o início das investigações, em outubro de 2015, 14.258 casos de microcefalia ou outras alterações foram notificados ao Ministério da Saúde. Destes, 2.869 (20,1%) casos foram confirmados e 170 (1,2%) foram classificados como prováveis para relação com infecção congênita durante a gestação. Além disso, 6.248 (43,8%) foram descartados, por apresentarem exames normais ou por apresentarem microcefalia ou malformações confirmadas por causa não infecciosa, e 1.908 (13,4%) foram excluídos após criteriosa investigação, por não se enquadrarem na definição de caso.

Zika e microcefalia no Piauí

Os dados mais recentes divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde do Piauí indicam que em 2016 houve 55 casos confirmados de pessoas infectadas com o zika vírus no estado, enquanto este ano já são 87 casos.

Em 2017, até a 33ª semana do ano, os municípios com maior número de casos prováveis notificados de zika foram: Teresina (90), Oeiras (29), Piripiri (6), Parnaíba (5) e São João do Arraial (3).

Desde 2015, já foram diagnosticadas no Piauí 112 crianças com microcefalia ou malformações congênitas. Destes, apenas três casos foram provocados pelo zika vírus, segundo a Sesapi. As outras 108 crianças adquiriram o problema por conta de outras patologias - sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes.

Fonte: Da Redação
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