O Sindicato dos Médicos do
Piauí (Simepi) vai recorrer da
decisão judicial, proferida pelo
desembargador Hilo de Almeida
Sousa, que considera ilegal a paralisação de 48h, iniciada ontem
(10), pela categoria. O Simepi
foi notificado da decisão por
volta das 9h e preparou um documento pedindo a anulação da
decisão judicial.
“É com muito pesar que recebemos essa notificação. Com
certeza o desembargador que
deu essa ordem não conhece a
realidade da Saúde no Estado.
Vamos ao Tribunal para conversar pessoalmente com o desembargador. Essa não é uma decisão
justa, porque todo profissional
tem direito a denunciar as condições de trabalho insalubres que
vivencia e a greve é um direito
assistido pela lei”, argumentou
o vice-presidente do Simepi, Samuel Rêgo, ao avaliar a decisão
que pede a suspensão do movimento de paralisação, sob pena
de multa diária de R$ 50 mil, em
caso de descumprimento.
A paralisação foi convocada
pelo Simepi após o Governo
do Estado descumprir o acordo de reajuste salarial, firmado
ainda no ano passado, alegando problemas com a lei de responsabilidade fiscal. Pelo acordo, o Governo pagaria 30% de
reajuste dividido em três parcelas, durante o triênio de 2016,
2017 e 2018. A primeira parte
deveria ter sido paga no mês
de maio desse ano, o que, de
acordo com o Sindicato, até o
momento não aconteceu. Além
disso, os médicos também cobram melhores condições de
trabalho nos hospitais da rede
estadual.
“A gente vive uma situação em
que o profssional médico do Estado não suporta mais essa falta
de estrutura, essa falta de condições de trabalho, essa pressão
que é imposta”, pontua Samuel
Rêgo, que também questiona a
falta diálogo por parte do Governo do Estado. “Mandamos
vários ofícios para o governador
do Estado, mas não tivemos resposta, não há diálogo”, completa
Edição: Virgiane PassosPor: Natanael Souza - Jornal O Dia