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Matizes defende respeito a múltiplos arranjos familiares

Segundo dados do IBGE, as mulheres comandam mais de 80% das famílias sem cônjuge e com filhos.

30/08/2015 08:13

Nenhuma família é igual a outra. Elas podem ser enormes ou com poucos membros; podem ser constituídas por pais e mães ou apenas por um dos progenitores e seus filhos; as famílias podem ser formadas por casais do mesmo sexo, com muitos ou nenhum filho. Elas são múltiplas. E é por acreditar nesta forma diversa dos arranjos familiares, que o Matizes, movimento que luta pela causa da garantia de direitos homossexuais, debateu o tema em sua 11º Semana do Orgulho de Ser.

“Escolhemos esse tema em um momento em que a gente acompanha o aumento do conservadorismo. Vemos o Estatuto da Família tramitando com propostas esdrúxulas, considerando como família só aqueles casais heteronormativos, mas para nós, isso é um retrocesso. Por isso, escolhemos esse tema para dizer o óbvio à sociedade atual: os arranjos familiares são vários e tem que ser respeitados e visto como tais”, explica a fundadora e coordenadora do Matizes, Marinalva Santana.

Foto: Yuri Ribeiro/O Dia


Marinalva explica que os arranjos familiares são vários e tem que ser respeitados e visto como tais

A militante lembra dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que as mulheres comandam mais de 80% das famílias, sem cônjuge e com filhos. “Muitas vezes, as famílias são formadas apenas pela mãe e seus filhos, às vezes, só pela avó e os netos. São múltiplos os arranjos, assim como existem casais homossexuais. Mas, infelizmente, a sociedade ainda encontra resistência de alguns fundamentalista religiosos. É por isso que o tema vem nesse sentido, em dizer que os arranjos familiares são variados”, destaca.

Para Marinalva, o maior desafio é se contrapor os argumentos preconceituosos. “O maior desafio é ir de contra o avanço do fundamentalismo religioso, que impedem as famílias de amarem, impedem as famílias de serem felizes. Esse é o maior desafio que temos no momento, para enfrentar e conseguir arrumar argumentos bem convincentes para prevalecer a nossa ideia, de que a sociedade é plural os arranjos familiares são variados”, conta.

Dentro desse contexto, a Semana do Orgulho de Ser atua no intuito de conscientizar a população sobre a multiplicidade dos temas que envolvem os direitos dos homossexuais. “Eventos como a semana do orgulho de ser contribuem sobremaneira para mitigar o preconceito e dar uma resposta às tentativas conservadoras que querem impedir de amar. Para finalizar, a Parada da Diversidade vem dar ainda mais visibilidade para isso. E nós todos temos ficado satisfeitos com o resultado alcançados durante todos esses anos”, finaliza.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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