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Mais conectados, idosos conhecem novas possibilidades através da internet

Pesquisa ponta que 5,2 milhões de pessoas acima dos 60 anos têm acesso à internet.

15/01/2017 10:17

Eles passaram a maior parte da vida tendo contato apenas com poucos meios de comunicação e os avanços tecnológicos, por muito tempo, foram despercebidamente impactantes na própria vida. Mas agora, o cenário mudou. As pessoas que hoje se enquadram dentro da faixa etária da terceira idade – aqueles acima de 60 anos – tem encontrado na tecnologia, um verdadeiro aliado para finalidades diversas. 
É o que confirma a aposentada Marlene Uchôa, 72 anos. Ela descreve os benefícios que lidar com as novas tecnologias lhe trouxeram, entre eles, incentivo para manter a atenção, distrair a mente e também se sentir mais próximo de familiares e amigos. Solidão, agora, não é uma opção aceita com os novos mecanismos. “É só entrar no computador”, destaca. 

Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, os idosos brasileiros estão cada vez mais conectados: nada menos que 5,2 milhões de pessoas acima dos 60 anos têm acesso à internet no País – 21% da população que está na terceira idade. 

Dona Marlene Uchôa usa as redes sociais para diminuir a distância e matar a saudade dos familiares (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)

“No começo, aprender a mexer no computador foi difícil, porque foi uma experiência nova. Mas, de acordo com o contato que fui tendo, manuseando todo dia, eu fui aprendendo. Hoje já sinto facilidade em digitar e entrar no ‘face’”, descreve Marlene. 
A iniciativa de aprender a mexer no computador veio depois que uma amiga disse que o equipamento poderia servir para ocupar a mente e até prevenir doenças que poderiam ser ocasionadas pela ociosidade. Ela não pensou duas vezes: os netos ficaram encarregados de ensinar ‘o caminho das pedras’ para desbravar o ambiente tecnológico. 
Assim, foi aos poucos que estar conectada foi se tornando parte da rotina da aposentada. Hoje, quase que diariamente, ela dedica algumas horas do seu dia para entrar na rede mundial de computadores. 
 A partir de redes sociais como o facebook, as saudades foram encurtadas. “Falo com minhas primas que moram em outra cidade, com minhas ilhas, as amigas da universidade e até uma sobrinha que mora em Brasília. Sempre busco escrever correto e de forma clara para que as pessoas entendam”, explica. 
Agora, uma nova fronteira passa a ser superada em termos de tecnologia por Marlene: o uso do celular. Aprendendo a utilizar o Whatsapp, aplicativo de mensagens instantâneas, ela afirma que a habilidade é aprimorada a cada dia. 
“Aprendi a usar o celular há pouco tempo, mas também já sei conversar com as pessoas por lá, mandar carinhas e utilizar o telefone muito mais que apenas fazer ligação”, comenta. 
O advento tecnológico dominado pela aposentada é aprovado pela família, que agora tem contato com mãe/avó com maior facilidade. 
 Marlene não poupa elogios à tecnologia, considerada essencial em sua vida. Entender como funcionam os aparelhos tecnológicos passou a ser uma ‘realfabetização’. Logo ela, que passou a vida ensinando crianças e adultos a aprenderem a ler, agora, se dedica a desvendar, diariamente, o que há por descobrir no universo de computadores e smartphones.
Tecnologias fortalecem laços e diminuem ociosidade, considera aposentada
A rotina de trabalhar durante o dia todo, em dois empregos diferentes, sempre deixou a vida da funcionária pública Maria Leide muito movimentada. Foi assim durante 55 anos, quando tinha de lidar com a agenda de múltiplas atividades dentro e fora de casa. A situação só mudou com a aposentadoria, que trouxe um tempo livre muito maior que o costume. Foi assim que Leide descobriu no computador e smartphones seriam seus dois grandes aliados. 

As tecnologias entraram na vida da agora aposentada como parceiras para a qualidade de vida. É através do computador, que a filha que mora no Rio Grande do Sul fica mais próxima, assim também com o whatsapp, quando as trocas de mensagens amenizam os milhares quilômetros de distância.
Com a aposentadoria, Maria Leide descobriu dois grandes aliados: o computador e o smartphones (Foto: Elias Fontenele/  O Dia)
 “Comprei primeiro o computador, porque com a aposentadoria eu tinha ficado triste, sem ter muito o que fazer além de cuidar das coisas de casa. Então, com minha curiosidade, fui aprendendo um pouco. Hoje eu mexo, mas ainda não sei lidar com todas as ferramentas não”, avalia. 
Apesar do aprendizado ainda estar em processo é pelo Facebook, por exemplo, que Maria Leide compartilha as fotos da viagem que faz com o marido e a família. A rede permite uma maior interação. 
Palavras e conceitos como ‘wifi’ e ‘download’ ainda soam estranho na cabeça da aposentada, mas nada que impeça a curiosidade de desbravar o ambiente tecnológico. O celular é o companheiro mais recente dessa jornada em prol dos novos conhecimentos 
“Já no celular eu gosto de ver vídeos, orações, compartilhar textos bonitos. A gente se distrai, conversa com as amigas. É muito bom”, define.
Por: Glenda Uchôa
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